TENSÃO

Essequibo: Venezuela acusa Guiana de espalhar 'falsa narrativa' de invasão

País denuncia "posições tendenciosas" de organizações regionais que assumem "uma posição de promotores de confronto"

O ditador venezuelano Nicolás Maduro promulga lei que anexa o território de Essequibo à Venezuela (Foto: Twitter Nicolás Maduro)
O ditador venezuelano Nicolás Maduro promulga lei que anexa o território de Essequibo à Venezuela (Foto: Twitter Nicolás Maduro)

A Venezuela publicou, no domingo (9), um comunicado em que denuncia a Guiana de espalhar, na comunidade internacional, uma “falsa narrativa” contra os militares venezuelanos. O País governado pelo ditador Nicolás Maduro se refere à acusação de que um navio patrulha das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) entrou no mar guianense e abordou uma plataforma da petrolífera americana ExxonMobil.

LEIA MAIS

“O que o governo da Guiana não informa à chamada comunidade internacional é que as transnacionais petrolíferas e o Comando Sul vêm executando uma agenda de atividades de exploração, armazenamento e descarga de hidrocarbonetos na área em questão”, pontuou, no texto.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


No mesmo comunicado, as autoridades venezuelanas ainda denunciam as “posições tendenciosas” favoráveis à Guiana por parte de organizações regionais como a Caricom (Comunidade do Caribe). Para a Venezuela, elas assumem “uma posição de promotores de confronto” e estão “longe de contribuir para a solução da disputa territorial”.

A Venezuela entende que a operação do navio foi realizada em suas águas, não em águas guianenses. O País se ampara no Acordo de Genebra de 1966 e o interpreta como uma norma que “proíbe a exploração de recursos naturais na área reivindicada”.

“As operações marítimas da Marinha Bolivariana são realizadas em território venezuelano para salvaguardar a fachada atlântica, por isso a Venezuela rejeita as declarações do presidente da Guiana e as descreve como infundadas”, pontuou.

Historicamente, a Guiana reconhece o Laudo Arbitral de Paris de 1899, que concedeu a si o direito ao território de Essequibo, que representa 74% de sua área atual. Essa decisão é contestada até hoje pela Venezuela. O acordo de 1966 buscou reconhecer a insatisfação da nação venezuelana, sem mudar a situação do litígio centenário.

Perfil Lucas Luckezie
Lucas Luckezie Jornalista
Jornalista
Trabalha na Folha pela 2ª vez e já esteve na Câmara de Boa Vista, na afiliada local da TV Globo e colaborou com SporTV, Globo e CNN Brasil.
Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.