
A Guiana acionou a Corte Internacional de Justiça (CIJ) para proibir urgentemente a Venezuela de reivindicar o território de Essequibo, que representa 74% do território guianense, e pare de descumprir decisões judiciais sobre o litígio centenário.
A apresentação do pedido ao tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) ocorre após Nicolás Maduro convocar, para 25 de maio, eleições para governador e conselho legislativo do “Estado Guayana Esequiba” – como o ditador venezuelano chama Essequibo.
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O País do presidente Irfaan Ali sustenta que essa área é parte de seu território soberano, uma posição confirmada pela CIJ em decisão de dezembro de 2023. Para a Guiana, o pleito é uma violação direta da ordem que determina que a Venezuela “se abstenha de tomar qualquer ação que modifique a situação que atualmente prevalece no território em disputa”.
A Guiana pede que a CIJ acelere as audiências sobre seu pedido de medidas provisórias, para antecipar uma decisão antes que danos irreversíveis aconteçam. “Nosso pedido ao Tribunal é um apelo urgente por ação para impedir que a Venezuela tome medidas que prejudiquem o controle da Guiana sobre a região de Essequibo”, diz o Ministério das Relações Exteriores guianense.
Em entrevista coletiva nessa quinta-feira (6), o vice-presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, afirmou que “a Venezuela está em uma posição fraca”, enquanto seu País se fortalece com o apoio da comunidade internacional, incluindo dos Estados Unidos, do Reino Unido, da França e do Caricom (Comunidade do Caribe).
Maduro chama Ali de ‘Zelensky do Caribe’
Nicolás Maduro afirmou que o presidente da Guiana é o “Zelensky do Caribe”, em referência ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que resiste há três anos à invasão russa liderada por Vladimir Putin. Jagdeo chegou a classificar como “infantis” as declarações do ditador.
Maduro convocou uma reunião imediata com Irfaan Ali para demonstrar a ele supostas violações da Guiana a acordos internacionais favoráveis à Venezuela sobre a área.
“O presidente Irfaan Ali deve sentar-se para conversar e explicar por que não cumpre os acordos, ele tem um plano belicista e entrará para a história, por causa de suas mãos manchadas de sangue, ele tomou um caminho errado”, disse.
O ditador disse que Essequibo é da Venezuela desde a época da Capitania Geral de 1777 e que isso é reconhecido por todo o mundo. “Essequiba Guiana, não nos foi dada por nenhum império, nós a conquistamos com a espada”, disse.