TENSÃO POR ESSEQUIBO

Guiana diz que navio em seu mar é ameaça e provocação da Venezuela

País prometeu continuar alertando a comunidade internacional e já ganhou apoio dos Estados Unidos, da França e da OEA

Guiana alertou que navio da Marinha venezuelana entrou em suas águas marítimas (Foto: Reprodução)
Guiana alertou que navio da Marinha venezuelana entrou em suas águas marítimas (Foto: Reprodução)

A Guiana protestou formalmente contra a entrada de um navio da Marinha venezuelano em seu mar, ocorrida no sábado (1º). Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores informou que essa incursão representa “uma ameaça à paz, à boa ordem e à segurança” do País e à estabilidade da América Latina e do Caribe.

“A Guiana vê essa manobra como altamente provocativa e está preocupada com a persistência do governo da Venezuela em invadir o território terrestre e marítimo da Guiana”, completou o comunicado.

O país governado por Irfaan Ali reiterou o pedido para que a Venezuela cumpra a decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ) que proíbe a nação do ditador Nicolás Maduro de tomar qualquer medida que mude o litígio sobre o território de Essequibo – o qual representa 74% da Guiana – até uma sentença final sobre o caso.

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A Guiana disse se preocupar que a invasão ajude a escalar ainda mais as tensões criadas pela Venezuela, que inclusive já anunciou eleições para governador e conselho legislativo do “Estado Guayana Esequiba” – como a ditadura venezuelana chama Essequibo.

“Tais atos hostis são incompatíveis com a obrigação das Partes de respeitar a soberania, a integridade territorial e a independência política umas das outras e de resolver disputas por meios pacíficos, pelo que só podem ser vistos como uma ameaça à paz, à segurança e à estabilidade da região da América Latina e do Caribe”, ponderou.

O ministério guianense ainda lembrou de uma série de medidas agressivas da Venezuela para impor anexação de Essequibo, incluindo uma ponte que liga o País venezuelano à ilha de Ankoko, dando acesso à base militar que fica na área pertencente à nação guianense.

“A Guiana sempre empregou uma diplomacia de paz e respeitou os princípios da Carta das Nações Unidas e o Estado de Direito Internacional. No entanto, não toleraremos a anexação, apreensão ou ocupação de qualquer parte de nosso território soberano ou a ameaça de tal. Também não aceitaremos quaisquer ameaças aos licenciados da Guiana que operam legalmente nas águas adjacentes à região de Essequibo”, destacou.

A Guiana ainda prometeu continuar alertando a comunidade internacional sobre o caso. Até o momento, o País já ganhou apoio dos Estados Unidos, da OEA (Organização dos Estados Americanos), da França e do Caricom (Comunidade do Caribe).

Perfil Lucas Luckezie
Lucas Luckezie Jornalista
Jornalista
Trabalha na Folha pela 2ª vez e já esteve na Câmara de Boa Vista, na afiliada local da TV Globo e colaborou com SporTV, Globo e CNN Brasil.
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