Após se reunir com o ditador venezuelano Nicolás Maduro, o presidente guianense Irfaan Ali declarou nesta quinta-feira (14) que os líderes concordaram que a região deve permanecer em uma zona de paz. Vídeos e fotos mostram que Maduro e Ali apertaram as mãos após o encontro.
O resultado da reunião representa uma vitória para a Guiana, que resiste perder 74% de seu território para o vizinho, e para o Brasil, mediador que defendia uma solução pacífica para a tensão. A área contém ricas reservas de petróleo e é cobiçada pelo regime de Maduro.
Um interlocutor de Ali havia confidenciado à Folha que o presidente guianense defenderia, no encontro: a segurança e estabilidade regional; que Guiana e Venezuela são vizinhos e precisam trabalhar pela paz; que Maduro precisa respeitar a Corte Internacional de Justiça (CIJ), onde o litígio é tratado; e que a “Guiana não desistirá de nenhuma polegada de terra”.
O governo da Venezuela havia declarado que o encontro seria “para preservar a nossa aspiração de manter a América Latina e o Caribe como uma zona de paz”.
Os países ainda não divulgaram informações detalhadas sobre a reunião entre os dois líderes nacionais na ilha caribenha São Vicente e Granadinas, na América Central. Maduro e Ali ainda participaram de um encontro de líderes da Comunidade do Caribe (Caricom).
O Brasil foi representado no encontro pelo assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim.