Roraima encerrou a primeira metade do ano com oito a cada dez consumidores endividados. Isso representa 81.623 famílias.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apontou que no último mês de junho, 85,7% das famílias que moram em Roraima tinham algum tipo de dívida.
A autônoma Ana Paula Silva, de 32 anos, que começou a empreender justamente para amenizar as dívidas. Ela conta que no caso dela, o maior vilão foram empréstimos bancários. “Fiz empréstimos em 2019, aí veio a pandemia, as coisas apertaram e eu fiquei sem condições de pagar. Hoje, só um milagre para conseguir quitar tudo o que eu devo”. Ela conta que a dívida dela atualmente é de mais de R$35 mil.
Além dos empréstimos, o principal tipo de dívida continua sendo os cartões de crédito, com 59,4%, seguido dos carnês de lojas, com 56,9%.
Segundo o assessor econômico da Fecomércio-RR, Fábio Martinez, o resultado apresentado este ano foi o segundo maior em toda a série histórica, ficando abaixo apenas do endividamento registrado em janeiro de 2016, que foi de 86,8%. “Se a gente pegar os números de inadimplentes deste ano e comparar com os do ano passado, teremos um aumento de 33,8%”.
José Roberto Tadros, presidente da CNC, explicou que o orçamento das famílias na pandemia tem sido diretamente comprometido por fatores extras, como inflação mais elevada e o valor reduzido do auxílio emergencial.
“Ainda que os indicadores de inadimplência se encontrem mais baixos na comparação anual, os números mostram que as famílias têm se endividado mais ao longo do ano para conseguir manter algum nível de consumo, respaldadas por uma frágil segurança no mercado.