O constante aumento no valor da conta de energia continua sendo motivo de reclamações por parte de moradores em vários bairros de Boa Vista e até da zona rual da Capital, como na região do Bom Intento. Segundo eles, as faturas estão bem acima da média dos últimos meses. No Procon Estadual, por exemplo, em janeiro e fevereiro foram aproximadamente 120 reclamações.
A dona de casa Telma Costa Silva, moradora do bairro 13 de Setembro, relatou à reportagem que a fatura de fevereiro era de R$ 898,45 e subiu para R$ 1.114,51 março, um aumento de R$ 216,06. De acordo com a dona de casa, a família paga geralmente uma média de R$ 700 a R$ 900 na conta de energia.
“E os nossos hábitos não mudaram dentro de casa, com relação ao consumo de energia. Não consigo entender o porquê desse aumento e já estou me preparando para ter a surpresa nessa conta de abril que deverá ser paga em maio. Isso nos prejudica, porque toda vez que temos contas muito mais altas para pagar temos que cortar na despesa da casa, principalmente com alimentos, porque se compra menos e essa é a grande verdade. Não digo que vamos passar fome, mais se dá uma enxugada em algumas coisinhas que gostamos de ter em casa”, disse Telma.
Outro consumidor, que não quis se identificar, disse que a conta de luz de fevereiro foi de R$ 567 e a de março R$ 858,52. Ele afirmou que não houve uma mudança no perfil de consumo em sua casa. “É um absurdo. O meu questionamento é tentar saber se eu realmente consumi tão mais em um mês. Somos uma família pequena, apenas três pessoas e eu e minha esposa trabalhamos o dia todo fora de casa. Temos a mesma rotina e, inclusive tentamos diminuir o consumo para tentar fazer com que esses aumentos abusivos parecem de acontecer”, ressaltou.
Moradora do Bom Intento teve aumento de quase R$ 400
A produtora rural Midian Reis Farias, moradora da região do Bom Intento, zona rural de Boa Vista, também relatou a Folha BV que houve um grande aumento no valor mensal da conta de energia.
De acordo com ela, a conta de fevereiro chegou de R$ 133,61 e a de março R$ 507,17, uma diferença de R$ 373,56. Anteriormente, ela pagava uma média entre R$ 100 e R$ 250. Revoltada com a situação, ela protestou.
“Eu vou atrás dos meus direitos, vou direto no Procon para tentar resolver, porque de repente é até mais rápido. Gente isso é um absurdo”, comentou Midian.
Roraima Energia nega ter feito reajuste tarifário
Em nota enviada à Folha, a Roraima Energia afirmou que não aumentou a tarifa de energia, e informou ainda que o reajuste tarifário para os consumidores roraimenses é realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e ocorre anualmente em 1º de novembro de cada ano.
A empresa afirma que é sua responsabilidade aplicar as tarifas definidas conforme tabela disponível no site http://www.roraimaenergia.com.br/wp-content/uploads/2020/03/C%C3%B3pia-de Quadro-de-Tarifas_RR-ENERGIA_2020-03.pdf.
“Quanto as denúncias de aumento de consumo, precisamos que os consumidores avaliem em sua fatura se houve variação na evolução de seu consumo, se o período de faturamento compreende o mesmo período da fatura anterior e se houve alguma cobrança adicional (juros, multas ou parcelamentos). Caso o consumidor tenha dúvidas, pedimos que entre em contato com o nosso 0800 70 19120 para que um de nossos atendentes possa analisar e esclarecer essas dúvidas” pontuou a distribuidora de energia.
A Roraima Energia frisou que a substituição de medidores de energia é realizada nas seguintes situações: quando estão obsoletos, danificados ou fraudados.
“Vale salientar que o Art. 171 do CP, configura como crime de estelionato a alteração das características do medidor, com o intuito de pagar um valor menor. Além de essa prática ser crime, causa prejuízos financeiros e pode colocar em risco o sistema elétrico e a vida das pessoas”, finalizou.
