Economia

Afinal de contas, para onde vai o dólar?

Matheus Lima, amazonense de 25 anos, investe na bolsa de valores de forma autônoma desde os 19 anos

A FolhaBV traz nesta segunda-feira (14), a segunda reportagem especial sobre investimentos, escrito pelo analista Matheus Lima. O conteúdo será divulgado todas as segundas-feiras. Na edição de hoje o tema é sobre o dólar.

Afinal de contas, para onde vai o Dólar?

Dólar vai subir mais? Quando o Dólar começará a cair? Será que vou ter que cancelar minha lua de mel? Eu quero ir pra Disney! – Provavelmente, estas são as perguntas e comentários que eu mais recebo diariamente desde comecei a negociar Dólar futuro na Bolsa de Valores.

Existem diversos fatores que influenciam a oscilação brusca no preço da moeda americana, mas tudo se resume no conceito básico de oferta e demanda e o que muda são os motivadores desse desequilíbrio. Por exemplo: por que ele subiu mais de 48% entre janeiro e maio de 2020 (de R$4,04 a R$5,99 Dólar comercial Futuro)? Falaremos sobre isso mais adiante!

Agora, o que vemos, é a cotação do Dólar essa semana chegando a cair até R$5,02. Movimentação de queda que teve início no mês de novembro causada pelo aumento fortíssimo de entrada de capital estrangeiro na B3, ou seja, investidores americanos, europeus, ou de qualquer parte do mundo, começaram a trazer seu dinheiro para investir em empresas brasileiras. Mas como isso impacta na cotação do Dólar?

No começo de novembro, antes da moeda americana cair 13,5%, imagine que a quantidade de dólares circulando na economia brasileira fosse de 10 (número meramente simbólico), mas por algum motivo, esse número subiu para 20! Assim, temos o dobro do que tínhamos da moeda anteriormente e, com isso, seu valor tende a diminuir segundo alei da oferta e demanda. E foi exatamente isso que aconteceu durante o mês de novembro e, principalmente, na última semana.

Instituições financeiras internacionais injetaram na bolsa brasileira mais de R$635 bilhões. Então, seguindo o raciocínio do exemplo anterior, houve um aumento considerável na quantidade de dólares em relação ao que tínhamos anteriormente, o que corroborou para a tendência de queda no seu preço. Graças a pandemia e todos os incentivos do Banco Central Americano, 22% de toda a moeda americana foi impressa em 2020 – isso mesmo que você leu – imprimiram mais dólar em julho desse ano do que nos últimos 200 anos! Esse fato isolado é suficiente para entendermos que o seu valor tende a cair enquanto este cenário persistir.

Então, por que durante a pandemia da COVID-19 o dólar subiu tanto? Volto a responder com oferta e demanda, só que dessa vez pelo excesso de demanda. Entenda, a economia americana é a maior do mundo, logo entende-se que, em cenários de risco e incerteza mundial, o dólar é visto como um ativo de proteção e o medo de um colapso mundial, faz sentido acreditar que a moeda americana seria a última a quebrar. Por isso a crescente demanda por dólar e uma das razões que fizeram com que a moeda atingisse patamares altíssimos entre março e abril.

Existem vários fatores que influenciam a cotação da moeda, mas faz sentido abordar o assunto do fluxo de capital estrangeiro aumentando na Bolsa de Valores brasileira, considerando que este tem sido o principal causador da sua desvalorização nos últimos dias.

PERFIL – Matheus Lima, amazonense de 25 anos, investe na bolsa de valores de forma autônoma desde os 19 anos de idade, quando começou seus estudos. Ao buscar aperfeiçoamento em treinamentos ao redor do Brasil, foi convidado por Alison Correia, um dos analistas mais renomados do mercado financeiro e dono da maior comunidade de traders do país.

Atualmente, Lima é um dos 117 analistas certificados CNPI-T no Brasil e o encarregado geral de todas as análises gráficas e recomendações de ações da empresa Top Gain, que oferece diferentes treinamentos para quem quer aprender a investir na bolsa de valores. Mora em São Paulo e cursa uma pós-graduação em gestão financeira na maior instituição de ensino voltada para mercado financeiro, Insper.