Um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgado em fevereiro, mostrou que 62 milhões de brasileiros estão com o CPF negativado. A situação fica ainda mais complicada para continuar pagando as contas, diante da dificuldade para concessão de
empréstimo para negativado
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Mesmo, a saída para boa parte da população tem sido recorrer ao crédito, provenientes de bancos e financeiras. Esse hábito, às vezes utilizado como última opção, é o principal responsável pela negativação de CPFs: 69% dos usuários da modalidade de crédito estão com restrição no nome. O crediário (68%) e o cartão de crédito (67%) aparecem logo em seguida no ranking.
Em 2015, uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo contou a história de uma mulher chamada Maria, professora universitária, que devia mais de R$ 1 milhão de reais para um banco, após realizar um empréstimo de 300 mil reais. “Nunca deixei de pagar o banco em que tomei o empréstimo. Mas fiz uma coisa muito errada. Pegava dinheiro mais caro, com linhas para clientes especiais de alta renda, em troca de ganhar tempo para pagar ao banco. Mas eles nunca quiseram renegociar nada porque eu pagava em dia. Fazia empréstimos no crédito pessoal, no consignado, em tudo.”
Os dados mostram ainda que entre outros vilões da inadimplência estão o cheque especial (52%), o financiamento de automóvel (52%), o financiamento da casa própria (35%), as mensalidades escolares (26%), os empréstimos com parentes e amigos (23%), as contas de telefone (20%), os boletos de TV por assinatura e internet (16%) e as conta de água e luz (11%). Atrasos com condomínio correspondem a 11% das respostas.
Um dos problemas ao realizar um empréstimo de um banco ou instituição financeira é a taxa de juros. O Banco do Brasil tem taxa de 2,95% ao mês, enquanto a Caixa Econômica Federal está em 2,29% ao mês.
O Itaú, por sua vez, possui a taxa mínima a partir de 1,37% ao mês, e o Bradesco reduziu, em agosto deste ano, sua taxa mínima de 0,99% ao mês para a partir de 0,95% ao mês.
Segundo Ana Carolina Caram, diretora do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor da Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) do Ministério da Justiça o importante é que o endividado procure sempre o acordo, para fugir dos juros e da bola de neve que pode se formar caso as prestações acumulem. omar a iniciativa do acordo pode evitar que os problemas piorem, dizem especialistas. “Quando ele faz uma readequação da dívida, os juros param de ser cobrados, e é uma oportunidade de buscar uma negociação que se ajuste à sua realidade”, disse, em entrevista ao UOL.
Algumas soluções podem ajudar o consumidor no processo para limpar o nome: Refinanciar o saldo devedor em parcelas menores, com juros mais baixos e prazos mais longos ou quitar parte da dívida à vista e pleitear descontos no valor total.
É preciso tomar, cuidado, no entanto: o refinanciamento, mesmo que alivie nas parcelas, tende a deixar a dívida ainda maior no longo prazo, já que ele acrescentará novos juros ao valor devido.
