
O Banco da Amazônia (Basa) está ampliando a atuação em Roraima, com um aumento significativo nos recursos disponibilizados pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) para 2025. Em entrevista à edição de domingo (16) do Agenda da Semana, da Folha FM, o gerente-geral da agência de Boa Vista do Basa, Luiz Otávio, detalhou as principais linhas de crédito, os investimentos planejados e as mudanças na estrutura de atendimento do banco, que visam impulsionar a economia local e regional.
O que é o FNO e sua importância para a região Norte
O FNO é um fundo constitucional criado em 1989 para destinar 3% da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o desenvolvimento da região Norte. Administrado pelo Basa, o FNO é um dos três fundos constitucionais do País, ao lado do FNE (Nordeste) e do FCO (Centro-Oeste).
“O FNO é um fundo exclusivamente voltado para atender e desenvolver a região onde ele está inserido”, explicou Luiz Otávio. “O Banco da Amazônia atua em toda a região Norte e na Amazônia Legal, incluindo partes do Mato Grosso e do Maranhão.”
Linhas de crédito e foco no pequeno produtor
O Banco da Amazônia oferece diversas linhas de crédito com recursos do FNO, abrangendo desde a agricultura familiar até grandes empresas. “Temos créditos no setor rural, fortemente voltados para a agricultura familiar, como o Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar] e o Pronaf Indígena”, destacou o gerente. “Também atendemos micro e pequenas empresas, com foco em energias renováveis, como a solar, além de médias e grandes empresas, especialmente no agronegócio e infraestrutura”.
Um dos destaques é o compromisso do banco com os pequenos negócios. “Em 2023, 51% dos recursos do FNO foram destinados a pequenos negócios, com faturamento de até R$ 16 milhões por ano. Em 2024, estamos priorizando ainda mais os empreendimentos com faturamento de até R$ 4,8 milhões”, afirmou Luiz Otávio.
Recursos disponibilizados para Roraima
Em 2024, o Banco da Amazônia disponibilizou R$ 667 milhões do FNO para Roraima, além de R$ 290 milhões de outras fontes de recursos, totalizando quase R$ 1 bilhão. Para 2025, o valor do FNO subiu para R$ 850 milhões, um aumento de 27% em relação ao ano anterior. Com outras fontes de recursos, como o Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural), o montante disponível para o Estado deve chegar a R$ 1,2 bilhão.
“Esses recursos já estão disponíveis desde 2 de janeiro de 2025”, informou Luiz Otávio. “Eles serão aplicados em todos os segmentos, desde o microcrédito até grandes infraestruturas, gerando emprego e renda na região”.
Modernização e expansão do atendimento
Para garantir a aplicação eficiente dos recursos, o Banco da Amazônia tem modernizado sua estrutura de atendimento. “Criamos uma equipe focada exclusivamente em negócios, separando o atendimento ao público comum do atendimento empresarial”, explicou o gerente. “Além disso, realizamos o FNO Itinerante, levando o banco até as comunidades para orientar e identificar as necessidades locais.”
A agência de Boa Vista, juntamente com as unidades de Caracaraí e Rorainópolis, cobre os 15 municípios do Estado. “Apesar de termos menos agências do que outros bancos, nossa presença é forte e ativa em todo o Estado”, destacou Luiz Otávio.
Impacto do Basa em Roraima
Nos últimos anos, o Banco da Amazônia ampliou significativamente sua participação na economia de Roraima. “Em 2018, aplicávamos cerca de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões no Estado. Em 2024, somente no agronegócio, esse valor ultrapassou R$ 300 milhões”, afirmou o gerente. “Isso representa um aumento de 15 vezes na nossa atuação.”
Além disso, o banco tem apoiado projetos de infraestrutura e energia, essenciais para o desenvolvimento do Estado. “Temos trabalhado para melhorar a capacidade energética e garantir que as empresas possam produzir no nosso polo industrial”, completou Luiz Otávio.