Economia

Carne vermelha se tornou luxo na mesa dos roraimenses

Aumento do dólar e combustível são umas das principais razões dos altos preços nos supermercados

Ainda no fim de 2020, o consumidor roraimense levou um susto com o aumento dos preços dos produtos alimentícios básicos nos supermercados, como é o caso do arroz, óleo e principalmente a carne bovina, cujo preço de compra até duplicou.

A assistente contábil Dayane Mendes, responsável por tabelar os preços de um supermercado da Capital, contou que antigamente os produtos já vinham com um preço alto, porém agora, com o aumento do preço do combustível, o frete encareceu ainda mais.

“Pra não ficar um preço muito agressivo pro cliente, estamos praticamente tirando a nossa margem de lucro e só repassando o produto pro consumidor”, afirmou a assistente contábil.

Segundo Dayane, quando o preço da carne subiu muito, houve a maior procura de frango e ovos para tentar diminuir o impacto no bolso, mas com o tempo os clientes se adaptaram e entenderam que infelizmente o preço subiu em todos os lugares, então a compra da carne normalizou mais.

Enquanto isso, a consumidora e dona de casa, Ana Vitalina, informou que está frequentemente substituindo a carne vermelha por frango e peixe, dos quais também vêm sofrendo um aumento nos preços.

“Antes a minha família adorava fazer churrasco no fim de semana, mas agora não dá pra fazer com tanta frequência. Quando tem alguma reunião familiar, a gente assa mais calabresa e linguiça que são baratas. Carne agora virou luxo”, ressaltou Ana.

Ela adiciona ainda que tenta ir em vários mercados diferentes para conferir os preços, porém nem vale mais a pena por conta do combustível, cujo valor subiu recentemente.

Ana Vitalina, informou que está frequentemente substituindo a carne vermelha por frango e peixe (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

O QUE DIZ O ESPECIALISTA

De acordo com o educador financeiro Kildo Neto, o aumento dos preços se deve a várias razões, mas principalmente à questão de logística, ao aumento do preço de combustível e dólar.

“De forma geral, com a alta recente do dólar, a moeda brasileira desvalorizou e assim as exportações aumentaram, diminuindo a oferta de produtos no mercado brasileiro, enquanto a demanda da população ainda é grande. Ou seja, os produtos valorizaram e assim aumentou os preços”, explicou Kildo.

Entretanto, segundo o educador, unindo essa situação ao aumento do valor do combustível, que consequentemente aumenta o preço dos fretes, e à inflação alta, a tendência é subir o preço dos alimentos básicos à população brasileira. Dessa forma, resultou na situação em que Roraima está.

*Camilla Salustiano – estagiária FolhaBV