Devido a seca dos últimos meses, vários produtos que chegam de balsa para abastecer o mercado em Roraima estão em falta, um deles é o cimento, que já chegou a ser comercializado a R$ 80 esta semana. Por conta da escassez, clientes de uma loja de materiais de construção no bairro Jóquei Clube, uma das poucas da cidade com estoque do produto, formaram fila para poder comprar o insumo, que é o principal na construção civil.
LEIA MAIS AQUI
Saco de cimento chega a custar R$80 em Roraima por causa de seca no Amazonas
A proprietária do estabelecimento, Silvania Santos, relata que não esperava a quantidade de pessoas em frente ao estabelecimento logo cedo. Quando chegou no local às 7h da manhã, já haviam pelo menos 10 clientes esperando a loja abrir. Às 7h30, na abertura, a fila quilométrica ja estava organizada por eles mesmos.
“Eu não esperava que fosse ter tanta gente aqui hoje. Eu estou liberando de 5 unidades para cada, pra poder abastecer o máximo de pessoas possível”, relatou a empresária.
A loja vende o cimento a R$ 68 a unidade, R$ 12 mais barato que o valor vendido nos últimos dias. A estratégia de ultima hora não agradou alguns clientes que precisavam de mais que cinco unidades do material.
O construtor civil, Roni Barreto, está com as obras paradas por conta da necessidade do cimento. Ele relata que já estava rondando a loja desde cedo para tentar comprar o produto mas que a quantidade liberada não supre a demanda.
“Nós temos a demanda de obras muito grande, hoje só tem cimento aqui e só disponibilizaram 5 por pessoa. Ai ‘não gira’, porque eu precisava de no mínimo 150 sacos”, relatou o construtor.
De acordo com o Sindicato da Indústria e da Construção Civil do Estado de Roraima (SindusCon-RR), o Estado já tem o custo de construção mais caro por metro quadrado do Brasil, por conta da logística de transporte dos produtos que são usados nas obras. Para o presidente do Sindicato, Clerlânio Holanda, com a situação do cimento no estado, será preciso analisar soluções.
“Não só em função da estiagem, mas para que não aconteça um cartel, que as obras não parem e que não aumentem o desemprego no setor”, afirma o presidente.