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Com 20 votos favoráveis, CCJ aprova Reforma Tributária

A expectativa é que a proposta de emenda à Constituição vá a votação no plenário do Senado nesta quarta-feira (08).

Das 777 emendas apresentadas ao relator, 247 foram acatadas. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Das 777 emendas apresentadas ao relator, 247 foram acatadas. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal aprovou, nessa terça-feira (07), o texto-base da proposta de emenda constitucional (PEC 45/2019) que institui a Reforma Tributária. Foram 20 votos favoráveis e seis contrários.

Após a votação, a comissão passou à votação de emendas e destaques ao texto apresentado pelo relator na comissão, senador Eduardo Braga (MDB-AM). No entanto, um acordo com o governo fez com que todos os destaques fossem rejeitados.

A expectativa é que a proposta de emenda à Constituição vá a votação no plenário do Senado nesta quarta-feira (08).

Mudanças

Horas antes da votação da CCJ, o relator da reforma tributária, senador Eduardo Braga (MDB-AM) acolheu novos pedidos para incluir exceções no texto. Das 777 emendas apresentadas ao relator, 247 foram acatadas.

Entre as mudanças aceitas de última hora, está a emenda do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR), que estende ao gás de cozinha o cashback (devolução de dinheiro) para a população de baixa renda. A versão anterior do parecer tinha incluído a energia elétrica no mecanismo de ressarcimento de tributos às pessoas mais pobres.

Outra mudança está no tratamento diferenciado a clubes de futebol. Proposta pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ), a emenda mantém o recolhimento unificado de tributos pelas Sociedades Anônimas do Futebol. Segundo Braga, esse mecanismo jurídico tem ajudado a recuperar a saúde financeira dos clubes. O relatório já previa que as atividades esportivas pagariam alíquota reduzida em 60% da futura Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do futuro Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

O novo parecer incluiu benefícios para taxistas comprarem veículos, para restaurar a alíquota reduzida para atividades de restauração urbana de zonas históricas, além de alíquota zero para medicamentos e dispositivos médicos comprados pelo governo e por entidades de assistência social sem fins lucrativos.

Eduardo Braga alterou a versão da PEC que veio da Câmara dos Deputados. (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

Trava

Na reunião, o relator destacou que a reforma se preocupa em não aumentar a carga tributária com um instrumento chamado de “trava de referência”. Isso seria a limitação da carga tributária no país e a simplificação de todo o sistema tributário. O teto para a carga tributária havia sido anunciado no fim de outubro.

“O principal legado é estabelecer uma trava sobre a carga tributária, que não permitirá que haja aumento de imposto para o contribuinte. Pela fórmula apresentada no relatório, quando o PIB [Produto Interno Bruto] for zero, não poderá aumentar a carga tributária. Quando o PIB for negativo, não terá aumento de carga tributária”,

garantiu Braga.

Segundo a trava, dois dos impostos federais a serem criados: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo (IS); serão reduzidos em 2030 se suas receitas medidas em 2027 e 2028 forem maiores que a média da arrecadação do PIS/Pasep, Cofins e IPI (que serão extintos) de 2012 a 2021. Em 2035, haverá outro momento de reavaliação, em que os todos tributos criados pela PEC poderão ser reduzidos se a receita medida entre 2029 e 2033 for maior que a média da arrecadação dos impostos extintos, entre 2012 e 2021.

*Com informações da Agência Senado e Agência Brasil