Economia

Comunidades indígenas podem captar recursos do Pronaf

O financiamento será utilizado para a compra de ferramentas e insumos utilizados para a coleta e beneficiamento da castanha que ocorre nos meses de junho a agosto

Um grupo de 58 indígenas das comunidades Xaari e Anauá, da etnia Waiwai, do município de São João da Baliza, que trabalham com o extrativismo na coleta da castanha do Brasil, poderão captar financiamento do Banco da Amazônia, por meio do programa piloto do Pronaf Digital. Isso será possível em razão de uma parceria da instituição bancária e o governo do estado, por meio da Seapa (Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

O financiamento será utilizado para a compra de ferramentas e insumos utilizados para a coleta e beneficiamento da castanha que ocorre nos meses de junho a agosto.

O secretário da Seapa Emerson Baú, disse que Roraima é o segundo Estado da região Norte a utilizar a plataforma digital. “Participar deste projeto piloto, é o resultado de uma reunião que ocorreu na sede do Banco da Amazônia, em Belém, durante uma visita no dia 10 de março, aproveitando que representantes da Seapa estavam na Capital paraense, participando do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal”, afirmou. 

“Temos muito orgulho em fazer parte deste programa que visa facilitar e agilizar a liberação de crédito para o homem do campo, agricultores, extrativistas, etc. A agricultura familiar se mostra importantíssima no setor agropecuário e o que pudermos propiciar em atendimento eficaz, vamos fazer”, informou Emerson Baú.

O gerente do segmento de pessoa física, da sede do Banco da Amazônia, localizada em Belém, Luiz Lourenço, que é responsável pelo Pronaf Digital, fala sobre a participação da Seapa no projeto. “Ficamos felizes em poder alcançar uma comunidade indígena no Estado de Roraima, onde em outro momento seria difícil, por falta de acesso, distância. Mesmo que seja um crédito de valor pequeno, sabemos que ele irá fazer toda a diferença na vida dessas pessoas”, frisou.

O Pronaf Digital do Banco da Amazônia é uma plataforma de negócios integrada, onde realizará o processo de crédito de forma ágil, iniciando com o cadastro do cliente, registro da proposta e acompanhamento da evolução das etapas até a emissão de cédula de crédito, encurtando o tempo na realização dos negócios, culminando na liberação dos valores financiados. 

Por enquanto, somente o Pará e Roraima utilizam a plataforma. 

NA PRÁTICA

As comunidades indígenas terão acesso a um crédito que chega ao teto de R$ 2.500,00 por família para o investimento na compra de materiais necessários para a coleta da castanha.

Segundo técnico agropecuário da Seapa, chefe da CPR de São João da Baliza, Oziel Chaves, antes o processo durava em torno de 60 dias e com a plataforma digital, em 15 dias se consegue obter o financiamento. “Em poucos dias eles vão receber o valor que precisam para custear a coleta da castanha do Brasil, em tempo hábil para não ter prejuízos. Afinal, a colheita não pode esperar”, informou.