
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma série de novas tarifas de importação que podem afetar diretamente as exportações brasileiras. Entre os produtos que podem sofrer sobretaxas estão madeira, produtos agrícolas, aço, alumínio e etanol. As medidas fazem parte de uma política comercial que visa proteger a indústria americana e reduzir a dependência de importações.
Madeira
No último sábado (1º/3), Trump assinou uma ordem executiva que determina a abertura de uma investigação sobre produtos de madeira, incluindo madeira serrada e seus derivados, como móveis e papel. A análise, que deve ser concluída em até 270 dias, pode resultar na imposição de tarifas ou cotas de importação. A Casa Branca justificou a medida alegando que a indústria de madeira é essencial para a segurança nacional e a economia dos EUA.
Produtos agrícolas
Na segunda-feira (3/3), Trump prometeu aplicar tarifas sobre produtos agrícolas importados a partir de 2 de abril. O presidente incentivou os agricultores americanos a aumentar a produção para suprir o mercado interno, em resposta à possível redução de importações. A medida foi anunciada por meio de uma publicação na rede social Truth Social, onde Trump pediu que os fazendeiros se preparassem para “fazer muitos produtos agrícolas” para venda doméstica.
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Aço e alumínio
Aço e alumínio também estão na mira das novas tarifas. Em 10 de fevereiro, Trump assinou decretos estabelecendo sobretaxas de 25% sobre esses produtos, que entrarão em vigor a partir de 12 de março. O Brasil, segundo maior exportador de aço para os EUA em 2024, pode ser um dos mais afetados. No ano passado, o país exportou 4,1 milhões de toneladas de aço para os americanos, ficando atrás apenas do Canadá.
Etanol
O etanol brasileiro também foi mencionado por Trump como alvo de possíveis tarifas. Em 13 de fevereiro, o presidente americano destacou a necessidade de um comércio internacional “justo e recíproco”, sugerindo que o etanol importado do Brasil poderia ser taxado.
A política tarifária de Trump faz parte de suas promessas de campanha para “tornar a América grande novamente”. O objetivo é proteger a indústria americana contra práticas comerciais consideradas desleais e reduzir a dependência de importações. No entanto, as medidas podem impactar negativamente as relações comerciais com o Brasil e outros países.
Segundo a agência de representação comercial americana (USTR), as tarifas brasileiras também são vistas como um exemplo de desequilíbrio nas relações comerciais entre os dois países. Enquanto os EUA têm uma tarifa média aplicada de 3,3%, o Brasil aplica uma média de 11,2%.