A área da construção civil apresentou o melhor percentual de crescimento desde 2014. Em 2019, o setor teve uma alta de 1,6% em relação a 2018, de acordo com o Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo período, quase 10% dos Registros de Imóveis do Brasil corresponderam a vendas de casas e apartamentos.
Os números da construção civil abrangem as obras de urbanismo, estradas e infraestrutura. Ainda assim, o aumento permanece mais baixo do que o esperado pelos especialistas da área. De 2014 a 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) da construção permaneceu em queda, sendo que, de 2015 a 2017, o setor apresentou os piores resultados.
A expectativa é de que o setor siga em crescimento em 2020. Nos primeiros meses do ano, o quadro de alta foi confirmado pelo Índice Nacional da Construção Civil, operado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em fevereiro, a área teve alta de 0,25% e, no acumulado do ano até agora, contabiliza 0,55%. Nos últimos 12 meses, o crescimento fica em torno de 3,95%.
Para José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), isso deve representar a criação de 150 a 200 mil vagas na área até o final do ano. O número representa um aumento em relação à marca de 100 mil pontos de trabalhos abertos alcançada em 2019.
A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) divulgou que houve 37% de alta nos financiamentos imobiliários que possuem recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Sendo assim, o mercado imobiliário disponibiliza meios para que a compra de imóveis siga em alta e, desta forma, aqueça o setor de construção civil.
Além disso, há outros aspectos que propiciam o otimismo da área, como a queda da taxa de juros para construtoras e consumidores, o estoque disponível e a confiança no setor civil que as pessoas voltam a demonstrar.
Dentro deste contexto, o setor de leilão de imóveis tem ganhado força no país, com cada vez mais ofertas pela internet, além de certames presenciais em todas as regiões do Brasil. Em relação aos preços, a FipeZap realizou um balanço sobre a variação dos valores no período em que a construção civil operou em alta e comprovou que não houve queda neste aspecto. No entanto, os financiamentos registraram alta no número de pedidos realizados pelos consumidores.