Economia

Construção civil registra maior índice de confiança dos últimos sete anos

Estimativa é que crescimento do PIB do setor atinja 4% no segundo semestre de 2021

No mês de julho, o Índice de Confiança da Construção registrou um aumento de 3,3 pontos, de acordo com levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Agora com 95,7 pontos, é o maior nível registrado desde março de 2014, quando alcançou 96,3 pontos. Esse número aponta um crescimento no setor e boas perspectivas para o segundo semestre de 2021, mas ainda é um cenário mais cauteloso do que otimista.

Apesar dos números positivos, ainda existem muitas incertezas envoltas ao setor, o que afeta novas contratações, preço dos insumos, juros e políticas relacionadas ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A previsão de crescimento para o início do ano era de 4%, mas, devido a todos os desafios relacionados à pandemia do Covid-19 e ao aumento constante do custo de materiais, atingiu apenas 2,5%. Porém, já em junho, a atividade do setor registrou seu maior aumento desde setembro de 2020, com 51 pontos, uma marca que supera até a média histórica do índice, de 45,6 pontos.

De acordo com a Câmara Brasileira de Construção Civil (CBIC), caso a previsão dos 4% seja atingida no segundo semestre, o setor registrará seu maior aumento desde junho de 2013, quando o PIB cresceu 4,5%. Esse crescimento no nível de atividade vem sendo registrado há três meses consecutivos, mas, em contrapartida, o custo de matéria-prima também cresceu pelo terceiro trimestre seguido, apresentando um aumento de 17,36% nos últimos 12 meses. Outro problema que vem sendo enfrentado pelos empresários são as altas cargas tributárias, que subiram de 24,7% para 35,5% nos últimos meses.

Apesar do custo dos materiais ter crescido, é importante ressaltar que o mercado também deve acompanhar o crescimento da construção civil, disponibilizando as ferramentas essenciais do setor, como betoneiras, esmerilhadeiras e outros equipamentos, por exemplo. Com isso, a finalização das construções acontece no prazo estimado e segue movimentando o segmento. 

Mesmo com tantos desafios diante do setor, as expectativas para o segundo semestre seguem positivas. Com o financiamento imobiliário voltando a ganhar força, a melhora gradual da economia do país e os juros em baixa, é possível investir mais em obras menores e, dessa forma, elevar o PIB aos poucos. A questão é que essa ainda não é uma melhora ideal, considerando que, desde o maior índice de confiança, registrado em 2014, o setor caiu mais de 30%.

Contudo, os 4% já são motivo suficiente para indicar que a construção civil tem potencial para se recuperar dos prejuízos dos últimos anos e voltar a ter sua força de outrora.