PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Em qual situação é viável pegar um empréstimo para pagar dívidas?

Embora possa parecer não fazer muito sentido num primeiro momento, pegar dinheiro emprestado a juros mais baixos pode ajudar a sair da inadimplência

Businessman giving money to his partner when making contract. business and finance concept.
(Créditos: iStock/ gustavomellossa)

O endividamento não é exatamente uma novidade para o povo brasileiro, muito menos uma exclusividade de alguns. Quase 80% da população adulta nacional apresenta algum nível de inadimplência, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor,  elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. 

Entre as principais causas estão a dificuldade de pagar empréstimos com bancos e financeiras, os juros do cartão de crédito e também o cheque especial. E, a fim de sair das dívidas, muitas pessoas recorrem a alternativas que, embora possam parecer contraintuitivas, podem ser uma boa solução, desde que feitas com o devido cuidado e estudo.

É o caso de contrair empréstimos para pagar as dívidas. Dívidas que se tornaram verdadeiras bolas de neve podem ser freadas com uma quitação. E quem não dispõe de meios para tal, pode conseguir por meio de um empréstimo o montante necessário, desde que se certifique de que os juros deste são menores dos que os já devidos.

Uma boa forma de ver se um empréstimo para quitar dívidas vale a pena é verificar se o montante pago ao final, o chamado de Custo Efetivo Total, ou CET, é menor do que seria gasto com a dívida atual. Se for, é um ótimo negócio, pois, de maneira objetiva, o contratante estará desembolsando menos.

Contudo, algumas modalidades de empréstimo para alguém já endividado demandam algumas garantias: elas podem ser um bem, como é o caso do carro no empréstimo com garantia de veículo ou um imóvel, ou então desconto em folha, quando é feito empréstimo consignado. A vantagem é que esses empréstimos têm juros mais baixos que os praticados no empréstimo pessoal comum.

Nas condições em que a dívida toma conta de quase todo o orçamento, é mais interessante optar por empréstimos cujas parcelas caibam no bolso, ainda que possam ficar mais caras a longo prazo. Essa é uma maneira de conseguir algum respiro a curto prazo, algo que para muitas famílias pode parecer impensável em condições de grande endividamento.

No mais, a ordem de prioridade de pagamento deve ser aquelas dívidas cuja inadimplência gera grandes transtornos, caso de contas de luz e água, por exemplo. Seguidas então por dívidas cujos juros são muito altos, pois acumulam de forma acelerada, e por fim, as contas cujas partículas sejam muito grandes, para que parem de comprometer o orçamento.

Uma vez que o empréstimo para quitar dívidas esteja feito, é importante encontrar a raiz do problema e fugir dos juros abusivos, tais como os praticados pelo cheque especial ou pelo rotativo do cartão, que no Brasil, quando comparados com as taxas praticadas no exterior, figuram entre os mais altos do mundo.

Isso passa pela educação financeira. Ler contratos, se assegurar do que realmente está se pagando antes de mergulhar num parcelamento, e ter calma antes de aceitar qualquer proposta são questões importantes para sair do endividamento e não cair em outros. No mais, se o empréstimo for feito numa instituição séria, os riscos inexistem, desde que assumidos com cautela e inteligência.