O programa Agenda da Semana da Rádio Folha conversou com o representante das empresas de transporte, Remídio Monai (Amatur) que também é presidente da Câmara de Comércio Brasil/Guiana e Presidente do Conselho dos Empresários do Distrito Industrial de Roraima.
O empresário contou que a partir desta segunda-feira, o transporte interestadual de Boa Vista para Manaus será suspenso.
“A gente manteve o desejo de oferecer opção de ir e vir ao Amazonas para nossos passageiros, mas está caótica a situação dos hospitais no Amazonas, e o governador resolveu proibir a venda de passagens e também anunciou que vai fechar a rodoviária. Então nossa preocupação é não trazer a doença para Roraima, até porque passaria também pelos nossos funcionários, então por isso o serviço será suspenso. Infelizmente, os boletos não param de chegar”.
O empresário falou sobre a atuação situação dos empresários e comerciantes e disse que é preciso uma conversa entre autoridades e a classe empresarial para ajudar a combater esse problema.
“É preciso encontrar uma forma conjunta de flexibilizar. Quem trabalha com transporte está desesperado com nossas parcelas para pagar. O interior é muito ligado com a capital e os municípios dependem da capital e é cruel com as pessoas, você suspender de forma total o transporte, pois a maioria do povo do interior não tem transporte, nem como se locomover”
Monai explicou que os empresários tinham expectativa de retornar dia 1 de abril com o transporte interestadual e que foram surpreendidos com manutenção do decreto proibindo viagens intermunicipais.
“Não voltamos e esperamos que que até o dia 10 seja encontrada uma solução. Estávamos trabalhando, mas sempre tomando cuidado com o passageiro, colocando álcool em gel, limpando os ônibus e temos nossos funcionários que precisam sobreviver”
Para ele, é preciso boa vontade de todos, inclusive dos prefeitos.
“Vamos reunir com eles essa semana para que também entendam que a gente se preocupa com essa situação e vamos procurar da melhor forma possível, ajudar a encontrar uma saída para que as pessoas tenham ao menos respeitado o direito de ir e vir. Não vislumbramos lucro, é sobrevivência do negócio para que os empregos serem parcialmente garantidos. Estão ocorrendo demissões e as pessoas estão entrando em desespero, pois demitidos nesse tempo de coronavírus, vão procurar emprego onde?”