Para quem está acostumado a todo ano pagar um pouco menos no Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA) do carro, este ano teve uma surpresinha. O valor subiu cerca de 30% nos veículos usados e quase 20% nos carros novos, conforme afirma o professor de Ciência Contábeis Robson Pereira Silva.
A informação, segundo ele, foi divulgada recentemente pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Para não ficar dúvidas, ele ressalta: “A alíquota do IPVA não mudou em termos de tributos. Quando a gente fala que o IPVA vai ficar mais caro, isso não significa que os Estados vão aumentar essa alíquota”, ressalta.
Mas afinal de contas, o que aconteceu? De acordo com o professor, o motivo é muito simples e está relacionado ao valor dos veículos que subiu bastante no exercício de 2021. Portanto, como o imposto [IPVA] é calculado sempre sobre o valor desse bem, em vez de baixar, ele aumentou. Então o IPVA ficará em torno de 30% mais caro”, explica.
Ele observa, ainda, que o disparo nos preços dos veículos ocorreu por conta da escassez de carros novos no mercado por conta da pandemia. Com isso, houve aumento do preço dos veículos seminovos e a cada carro zero-quilômetro fabricado, o preço é cada vez maior. “Então só para dar um exemplo: em outubro de 2020 o Chevrolet Onix que custava em torno de R$ 40 mil, estava saindo, em setembro de 2021, cerca de R$ 53 mil”, detalhou.
Mas se nos últimos anos o mundo inteiro enfrentou uma pandemia, seguida de crise econômica, como é possível esse aumento? O professor explica que “a elevação de preço quem dita isso é o mercado”.
“O mercado tem vida própria. Ele atua à medida que os fatores sociais acontecem. Por isso que a crise acarreta consequências para os preços do produto. Se as fábricas não estão entregando, os seminovos, por exemplo, passaram a ter um valor maior. E como a procura ficou escassa, automaticamente, o mercado dita que esse preço tem que ser maior”, esclarece.
PLANEJAMENTO
E se o IPVA é um dos vilões de todo início de ano, junto com matrícula de escola, faturas de cartão com as compras do final de ano, e IPTU, o conselho do professor de Ciências Contábeis é que o momento exige, mais do que nunca, um planejamento financeiro. Além disso, a crise econômica continua e o momento continua sendo de cautela.
“E, como sempre, cortar alguns gastos que são dispensáveis até porque a gente não está auferindo receita de outro lugar e o imposto, sim, é uma obrigação. Se o contribuinte não pagar, e cair numa fiscalização, os problemas serão ainda maiores”, observa.
Por fim, o especialista orienta aos contribuintes avaliarem se terá desconto no valor total se o pagamento for à vista. Na opinião do professor, o ideal é aproveitar os descontos para pagar menos.