Uma pesquisa realizada pelo Datafolha para o Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias de São Paulo (simpi), que concentra 42% das empresas do setor em todo o Brasil, aponta que os pequenos empreendimentos estão enfrentando um aprofundamento da crise, com a perspectiva pessimista de melhoria. Em contrapartida, a avaliação dos empresários de Roraima é de uma retomada gradual e progressiva da economia, com a expansão da vacina contra a COVID-19.
FIER – No tocante ao segmento industrial roraimense, após ouvir representantes sindicais patronais, a FIER por meio de sua assessoria técnica, relata que o nível de confiança do empresário industrial é positivo.
A indústria é considerada como serviço essencial e por isso, mesmo durante a pandemia, o segmento não parou principalmente os setores de alimentos e bebidas, construção civil, reparação de veículos e vestuário.
Tendo em sua base sindical dez segmentos industriais, a Federação das Indústrias, segundo sua analista econômica Kelly Arruda, faz um recorte para aqueles segmentos que transformam a matéria prima em bens de consumo mais voltados para o atendimento ao turismo, como por exemplo, o Sindicato das Indústrias de Artesanato de Roraima, que fomenta a geração de emprego e renda, por meio do Centro de Artesanato localizado na Av. Floriano Peixoto, no centro da capital, o qual recebia um número significativo de clientes oriundos do turismo e, por isso, ressentiu a queda tanto na produção quanto na comercialização do produto artesanal que promove a cultura indígena, os hábitos e costumes roraimenses, mesclado às influências do artesanato regional do Norte e Nordeste.
Do mesmo modo, no setor de confecções para aqueles empresários que atuam com vestuários ligados a eventos culturais como carnaval, festivais folclóricos e tantos outros, esses sentiram significativo impacto com o cancelamento dessas atividades que promoviam grandes encomendas, abrindo assim novos postos de trabalho e circulação da renda no mercado local.
São segmentos como esses os que mais percebem o impacto da pandemia em suas atividades, por terem serviços que envolvem o relacionamento direto com o cliente e a obrigatoriedade do cumprimento dos protocolos de saúde que orientam para os cuidados com a higiene pessoal e coletiva, seguido do afastamento físico, evitando assim aglomerações.
Em geral, o quadro é de otimismo, por se reconhecer que a vacina traz a sensação de proteção e segurança para aqueles que precisam continuar exercendo suas funções em locais de grande circulação de pessoas, no entanto, muitos foram os impactos causados pela pandemia às micro e pequenas indústrias, as quais tiveram como principais dificuldades: a necessidade de diminuir seu quadro funcional, também deixou de honrar alguns de seus compromissos financeiros, retraíram-se na busca do crédito pelo receio de não poderem cumprir seus acordos bancários e tiveram perdas de familiares ou empregados pela COVID-19, o que abalou as estruturas emocionais daqueles que empreendem.
A indústria reage às crises, criando novas oportunidades de negócios, buscando tecnologias e permitindo a inovação a partir das pessoas e novas formas de se relacionar. O empreendedorismo que faz com que os empresários continuem otimistas, também é responsável pela manutenção dos empregos industriais em Roraima e da geração de renda, fortalecendo assim a economia local.
Esse quadro otimista entre os associados dos sindicatos que representam as indústrias locais foi gerado a partir da percepção de dirigentes sindicais de seis setores da economia local e que possuem o maior número de associados nas categorias de micro e pequenas indústrias, razão pela qual, pode-se afirmar que a indústria segue confiante na recuperação da economia e na busca pela sobrevivência empresarial.
PIB – Os indicadores do PIB trimestral, divulgado no dia 1º de junho, estão de acordo com a perspectiva roraimense apresentada pela FIER. Os índices mostram a elevação de 1,2% na atividade econômica do país em relação aos últimos três meses de 2020 e o boletim anual do Mapa das Empresas, do Ministério da Economia, mostra que houve abertura de 3,3 milhões de empresas em 2020 contra o fechamento de 1 milhão.