Economia

Exportações de Roraima batem recorde pelo quarto ano consecutivo

Venezuela segue como o principal parceiro comercial do Estado por representar 64,6% de participação

O Estado de Roraima fechou 2022 com recorde nas exportações pelo quarto ano consecutivo, com 425,9 milhões de dólares. A informação compilada pela Fier (Federação das Indústrias do Estado de Roraima) é do sistema Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Esse montante representa aumento de 26,52% em relação a 2021, quando o Estado contabilizou 336,6 milhões de dólares em produtos enviados para o exterior. “Este crescimento percentual é superior ao das exportações nacionais no mesmo período, as quais registraram um acumulado de US$ 334,46 bilhões, 19,10% maior que o mesmo período do ano anterior”, analisa a Fier.

Os três principais produtos exportados em 2022 foram: Soja, com 124,2 milhões de dólares (29,2% de participação); enchidos e produtos semelhantes, de carne, de miudezas ou de sangue, com 63,7 milhões de dólares (15%); e margarina, exceto a líquida, com 47,4 milhões de dólares (11,1%).

Secretário estadual de Planejamento e Orçamento, o economista Fábio Martinez detalhou que a soja ajudou a elevar as exportações em 2022 pelo aumento de 69% nas vendas do produto para o exterior, de 43% no volume de produção (208 mil toneladas no ano) e ainda de 18% no preço por tonelada da commodity roraimense enviada para o exterior. “Só esse aumento da soja representa 50 milhões de dólares”, pontuou.

A Venezuela segue como o principal parceiro comercial de Roraima, por representar 64,6% de participação com mais de 274,9 milhões de dólares investidos, seguida por Rússia (7,4%) e Espanha (6,5%).

Martinez também citou o aumento de 30 milhões de dólares nas vendas dos produtos locais para a Venezuela, em relação a 2021. Além de ressaltar que Roraima é o maior parceiro do País vizinho entre os estados brasileiros, o secretário ponderou que, nos últimos três meses do ano passado, as vendas para o País vizinho começaram a cair. “Talvez a gente já tenha chegado a um valor máximo ou próximo do topo das exportações dos produtos roraimenses para a Venezuela”, disse.

Só em dezembro, Roraima exportou 45,29 milhões de dólares em produtos, 50,94% a mais que em novembro. “Contrariando inclusive, a tendência nacional onde as exportações brasileiras registraram leve queda de 3,59% em relação ao mês de novembro de 2022”, pontua a Fier.

Por outro lado, se comparado ao mesmo período de 2021, houve queda de 45,19% nas exportações roraimenses, contrariando a tendência nacional de 9,06% no mesmo período.

Importações em queda

Após fechar 2021 com o melhor resultado da importação na história com 60,2 milhões de dólares, Roraima fechou 2022 com queda percentual de 33,87% em comparação com o ano anterior, ao importar 39,8 milhões de dólares em produtos. Foi o segundo melhor ano da série histórica.

Os três principais produtos importados por Roraima no ano passado foram: caldeiras aquatubulares com produção de vapor superior a 45 toneladas por hora, com 9,2 milhões de dólares (23%); fertilizantes, com 6,3 milhões de dólares (16%); e outros cloretos de potássio, com 5,5 milhões de dólares (14%).

As principais origens das importações roraimenses em 2022 foram: Israel (27%), com quase 20 milhões de dólares, Suécia (23%), com quase 10 milhões, e Finlândia (17%), com mais de cinco milhões. Apenas no mês passado, Roraima importou 1,32 milhões de dólares em produtos, aumento de 19,2% em relação a novembro.

Segundo Fábio Martinez, as importações roraimenses são influenciadas principalmente pela aquisição de mercadorias valiosas, feitas por empresas de grande porte. Ele lembrou que, em 2021, houve um montante de 37 milhões de dólares na compra de conversores elétricos para as novas usinas termelétricas instaladas no Estado, o que não se repetiu na mesma medida em 2022.

“Muitas vezes acontece de uma empresa importar uma mercadoria com valor muito alto e como as nossas importações não são tão acentuadas assim, acaba tendo essa diferenciação”, explicou ele, citando ainda que a taxa de câmbio no Brasil também impactou no balanço final das importações roraimenses.

“Em 2022, a gente teve volatilidade muito grande do dólar, uma apreciação em relação ao real, consequentemente ficando mais caro pras pessoas comprarem produtos importados. Isso acabou impactando e gerando essa queda nas importações de Roraima”, destacou.

*Por Lucas Luckezie