Economia

Fast fashion pode ser implementado em empresas menores

Entenda modelo que propõe trocas e vendas de roupas rápidas a custo baixo

O mundo moderno e conectado, com tecnologias em constante avanço, faz com que a rotina das pessoas fique cada vez mais dinâmica e frenética em diversos aspectos, e, na moda, não é diferente. Acompanhado por um novo perfil de consumidor, este setor deu origem ao fast fashion, que se tornou dominante nos últimos anos.

Especialmente focado nos públicos de baixa e média renda, que buscam produtos mais baratos e em maior quantidade, o conceito nasce a partir da necessidade de consumo e a uma característica dos usuários parecidas com as que impulsionaram a criação do fast food, por exemplo, que já está bastante consolidado no mercado.

Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a “moda rápida” – termo traduzido do inglês – está diretamente ligada à renovação contínua das peças de roupa do varejo, sem a preparação de coleções por temporada, com uma tendência altamente lucrativa e que empodera os clientes.  

Criado por varejistas europeus na década de 1990, o fast fashion significa que a fabricação, o consumo e a substituição dos modelos de roupas sejam feitos rapidamente, com uma produção em larga escala. Algumas marcas importantes, como Zara, Benetton, H&M, GAP e Forever 21, são famosas adeptas deste padrão.

Além dessas, mais recentemente, em 2020, a chinesa Shein quase triplicou seu valor, sendo avaliada em 15 bilhões de dólares, e se tornou uma das empresas mais competitivas neste segmento. No Brasil, as grandes redes de varejo Renner, Riachuelo, C&A, Marisa e Hering estão entre as que adotam o conceito, que requer coleções compactas, modelos novos a todo momento e reposição somente de itens que vendem.

Empresas de pequeno e médio porte também podem investir neste modelo para vender roupas. Para aderir ao conceito, é necessário acompanhar a tendência da moda, visto que o hábito dos consumidores muda frequentemente. De maneira geral, quem dita as regras são os clientes, que orientam a produção.

No modelo tradicional, ao longo do ano, a produção do varejo do setor é distribuída nas coleções da moda primavera-verão e da moda outono-inverno, enquanto o sistema fast fashion produz minicoleções, que são trocadas semanal ou mensalmente, ainda de acordo com o Sebrae.

Desta forma, as roupas fabricadas têm vida curta e os estoques são baixos nesta cadeia, já que não se perde tempo produzindo o que não está sendo vendido. Quem acompanha as tendências e investe nesse processo abre espaço para a demanda de novas coleções que estão sendo preparadas, reduzindo o preço final.

Os aspectos mais relevantes na hora de empreender, a partir de mudanças no sistema produtivo, passam por manter o estoque baixo, diminuindo riscos, devido à alta rotatividade das peças, produzir roupas com ciclo de vida curto, o que facilita a venda, antecipar tendências, potencializando a competitividade do negócio, e renovar constantemente as vitrines, visando atrair diversificação de clientes.