Economia

Fiscais mandam fechar os comércios na Jaime Brasil

Estabelecimentos foram alvo de fiscais no centro da cidade. e reclamaram da ação dos fiscais e do decreto que flexibiliza funcionamento para grandes empresas

A prefeitura de Boa Vista está realizando fiscalizações nos estabelecimentos que permanecem abertos durante a pandemia do coronavírus. Uma operação está sendo feita na Jaime Brasil e nos centros comerciais da periferia, com o objetivo de fiscalizar os estabelecimentos. Um decreto municipal obriga os comércios a fecharem as portas e permanecerem abertos apenas com sistema de Delivery e Drive Thru

De acordo com o decreto municipal, o objetivo é evitar aglomeração, diminuindo chance do contágio do novo coronavírus entre moradores de Boa Vista. Fiscais orientam empresários e comerciantes durante o dia pedindo o fechamento dos estabelecimentos, que contrariando o decreto ainda permaneciam de portas abertas.

A operação foca no fechamento total dos estabelecimentos, mantendo apenas farmácias, mercados e comércios essenciais. Os fiscais tem apoio da Guarda Civil Municipal (GCM).

Os estabelecimentos abertos serão intimados a fechar imediatamente. No caso de resistência, poderá ser usada a força policial. 

Todos os estabelecimentos fiscalizados fecharam as portas assim que receberam as orientações. A ação vai durar a semana inteira ou até que todos os empreendimentos que se enquadrem nas medidas já adotadas atendam às determinações.

Os comerciantes procuraram a Folha para denunciar a maneira com que foram abordados pelos fiscais. O comerciante Clovis Conrado afirmou que foi abusiva.

A gente estava trabalhando aqui e eles queriam logo multar a loja e embargar, mas como a gente tem um pouco de conhecimento e leu o decreto, sabe que o que tem que fazer é notificar e depois multar. Então  eles voltaram atrás na decisão e apenas notificaram a loja.  A prefeitura não está se preocupando com os comerciantes, devia abrir para as pequenas empresas também. Devia flexibilizar para os pequenos e não apenas para os grandes”.

Maristela Souza que está há dois anos na Jaime Brasil disse que veio trabalhar na segunda-feira por conta do decreto que abre para delivery e drive thru.

“Na minha loja tem a placa dizendo que está fechada. Eles bateram e eu vim abrir pra ver o que era e me disseram que iam me multar. Eu retruquei, lembrando que a loja estava fechada e eles bateram na porta para falar comigo. Estamos trabalhando dentro da lei. E o que reivindicamos é que o governo e a prefeitura, já que abriram para as grandes empresas, deixe a gente trabalhar também. Supermercados, bancos, tudo funciona e a gente sem condição. O que vamos fazer? passar fome? Crie uma solução. Misericórdia. Pequenas lojas não tem condição de contaminar ninguém. São pais e mães de família que precisam se alimentar. Não somos irresponsáveis. Precisamos trabalhar”