No último ano, a população pobre em Roraima avançou 2,6 pontos e chegou a 46,16% dos roraimenses, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O cálculo, feito com base na PNAD Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que milhares de famílias vivem com menos de R $500 por mês e dependem de organizações do terceiro setor para se alimentar.
Roraima ocupa a 11ª posição no ranking das regiões mais pobres do Brasil. Quando analisados apenas os municípios do interior, esse índice dispara a 59%.
Sem dinheiro, muitas famílias vivem a incerteza das refeições diárias e dependem da ajuda de organizações não governamentais para suprir necessidades básicas. É o caso de Maria del Socorro, que vive na ocupação Vila Nova, na cidade de Pacaraima, fronteira com a Venezuela, uma das regiões mais afetadas pela pobreza.
“É importante receber uma cesta básica, principalmente para nós, mães, que não podemos trabalhar. Eu sou uma mulher com deficiência e se torna ainda mais difícil conseguir um emprego para sustentar meus filhos”, fala, ao ser contemplada pelo projeto Esperança sem Fronteiras, da ONG Visão Mundial.
De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do IBGE, 39% dos roraimenses vivem em insegurança alimentar, entre leve (23,6%), moderada (6,7%) e grave (9,2%), o que vai ao encontro da realidade nacional, em que a falta de comida já afeta a mesa de mais de 33 milhões de brasileiros e fez com que o país voltasse do Mapa da Fome.
“São pessoas em situação de extrema vulnerabilidade, tanto brasileiros quanto migrantes que chegam até o Brasil pela rota de Pacaraima. A fome é uma das coisas mais graves pelas quais pode passar um ser humano, por isso atuamos para diminuir os impactos na vida das pessoas”, comenta a coordenadora do projeto, Lusmara López.