“A indústria local tem que ser incentivada para que o comerciante local faça a distribuição”, afirmou o presidente da Federação das Associações Comerciais e Industriais de Roraima e da Associação Comercial e Industrial de Roraima (Facir/Acir), Vaneri Verri, sobre as dificuldades tributárias enfrentadas por empresários do estado. A fala foi dada durante reunião nessa terça-feira (12), na sede da Acir.
Os empresários do comércio local estariam buscando competitividade em um cenário tributário desfavorável. Segundo Verri, a atual carga tributária torna os produtos locais mais caros em comparação com os de outros estados e regiões, que chegam a Roraima com custos reduzidos.
“Uma rede nacional traz produtos de estados como Goiás, Mato Grosso e São Paulo, não em pequenos carregamentos, mas em volumes que abastecem toda a operação. Quando os produtos chegam em Roraima, a rede realiza uma operação de transferência: transfere os itens para Roraima a partir do Amazonas, Estado onde já chegam isentos de impostos. [A rede] se aproveita do crédito tributário de uma operação isenta e o empresário aqui de Roraima fica vendendo 20%, 30% mais caro porque [não tem o mesmo incentivo fiscal e] ainda vai colocar a sua margem de lucro”, explicou.
O presidente e outros empresários apontaram que a situação pode se agravar com as mudanças da reforma tributária aprovada no Congresso este ano. Eles questionaram os índices de margem de lucro em meio à alta carga tributária e às mudanças fiscais pós-pandemia. “Como vou pagar minhas contas com uma margem de 20% de lucro, se tenho um concorrente operando com 23,5%?”, disse Verri.
“Aqui eu pago o dobro do imposto produzindo aqui, do produto que eu fiz aqui. […] O comércio aqui tem que ter produto e condições justas para competir. Mas, enquanto o empresário local investe, gera emprego e tenta fortalecer a economia, acaba esbarrando em uma carga tributária que favorece mais quem vem de fora do que quem produz aqui”, completou o presidente da Facir/Acir.
Diante da situação, Vaneri Verri também motivou que empresários se unam e procurem a Associação para que as demandas do comércio local sejam levadas para debates no legislativo. Ele relembrou sobre as conquistas alcançadas com a Associação Comercial e Industrial de Roraima como a nova área de embarque e desembarque na avenida Jaime Brasil e os retornos das avenidas das Guianas e Venezuela, na rotatória do Posto Trevo.