Quem costuma pedir motorista por meio de aplicativo de transporte tem percebido que boa parte desses profissionais é jovem. Muitos deles encontraram nesse nicho uma alternativa para se inserir no mercado de trabalho.
É o caso de Matheus Finney, 20 anos. Ele chegou a cursar História na Universidade Federal de Roraima. “Não me identifiquei com o curso e desisti. Depois fui estudar Direito, na Cathedral, e consegui um emprego em uma empresa do setor imobiliário. Saí porque entrei no Exército e não foi possível conciliar”, disse.
Após um ano no serviço militar, ele foi dispensado. Sem uma renda mensal, Mateus contou que tentou um emprego em várias empresas, mas não conseguiu.
“Foi difícil, e não consegui nada. O mercado é muito exigente para jovens que buscam o primeiro emprego. Ou você tem carteira assinada e experiencia comprovada de dois anos, curso superior, um bom currículo e ainda um QI [quem indica]. Aí sim você consegue algo. Mas não foi o meu caso”, comentou Matheus.
Ele afirmou que a única alternativa para retornar ao mercado de trabalho foi se cadastrar em uma empresa de aplicativo de transporte, onde está atuando desde o mês de julho deste ano. “Trabalho 8 horas por dia, sem estresse, sem ninguém me cobrando nada. Eu poderia trabalhar em menos tempo, mas gosto do que faço e estabeleci esse horário, até porque tenho uma meta”, disse Matheus, revelando que faz mil reais por semana. “Desse valor é retirado o percentual da empresa e fico com um pouco mais de 500 reais”, frisou.