No período de 27 de fevereiro até esta quarta-feira (15), o Feirão Serasa Limpa Nome já fechou 6.719 acordos entre empresas e devedores em Roraima. Outra ação foi a entrada de 50 novas empresas para ofertar a renegociação de dívidas e como também a disponibilização de 100 milhões de ofertas por até R$ 100.
O Feirão segue até 31 de março com descontos e benefícios que estimulam e facilitam o pagamento de dívidas. O ideal é possibilitar a redução do contingente de 70 milhões de brasileiros em inadimplência com supermercados, empreendimentos imobiliários, empresas de turismo e colchões, bancos, securitizadoras, empresas de telefonia, varejo, universidades e outros.
Com o número de 6 inadimplentes por empréstimos consignados feitos por empresas financeiras em Roraima por mês, a defensora pública Elcianne Viana, titular do Juizado Especial Cível, da Defensoria Pública do Estado de Roraima (DPE-RR), orienta como lidar com acordos de empréstimos abusivos. Segundo ela, muitos consumidores são prejudicados por cobranças indevidas em contratos bancários, que viram “reféns”.
“As pessoas ficam muito reféns dessas empresas por conta da situação financeira geral que o país vem atravessando. As pessoas ficam aperreadas e o primeiro local mais fácil de adquirir valores é através desses empréstimos, pois eles não fazem muitas exigências para serem concedidos. Até se a pessoa já tiver com o nome no Serasa já consegue a aprovação de crédito”, explica a defensora.
Ela destaca que essas empresas ignoram a legislação que prevê um limite de comprometimento da renda dos clientes para esse tipo de acordo financeiro.
“O que nos surpreende é que a gente sabe que o limite para as pessoas comprometerem sua renda é no valor de até 30%, mas elas conseguem fazer empréstimos consignados em várias financeiras, tem pessoas que chegam aqui com três, quatro empréstimos consignados de empresas diferentes no seu contracheque. Acaba que elas ficam sem nenhuma renda para se manter durante o mês. A gente vem observando essa crescente demanda nesse tema”.
A defensora reitera que a DPE-RR realiza um trabalho intenso para conseguir “desatolar” essas pessoas, com acordos extrajudiciais ou movimenta ações para questionar as cláusulas dos contratos.
“Quando a pessoa está em uma situação de não receber salário, e não conseguir prover sua família até com alimentos, nós movemos ações para ser feita uma renegociação. Nós chamamos o responsável pela empresa para tentar negociar ou até diminuir bastante os juros em um formato que a pessoa possa pagar, sem comprometer toda a sua renda. Quando não é possível extrajudicialmente, a gente move ações com esse intuito de questionar o valor que está sendo cobrado”, explica Elcianne.
Mas Elcianne explica que o melhor remédio é a prevenção. Por isso, recomenda que o consumidor pesquise, estude e analise antes de realizar qualquer acordo financeiro que possa comprometer sua renda.
“Tentar ter uma consciência financeira, de saber que você tem que programar o seu orçamento conforme o que você ganha. Este é o primeiro passo. A gente sabe que no nosso país já está havendo essa mudança, de educação financeira ser incluída nos quadros escolares para saber desde criança lidar com dinheiro, saber lidar com finanças. O ideal é ter consciência financeira mesmo, e responsabilidade”, finaliza.
Renegociação pelo feirão Serasa
Sucesso no Feirão realizado no ano passado, o pagamento via Pix e a baixa da negativação instantânea (nome limpo na hora) estão sendo oferecidos novamente, agora por um número maior de empresas participantes. Para renegociar as dívidas pela Serasa, basta acessar ao site ou aplicativo no celular, como também em ligações gratuitas no número 0800 591 1222 e conversa pelo WhatsApp (11) 99575–2096
Também é possível realizar a consulta e a negociação das dívidas presencialmente nas mais de 11 mil agências dos Correios distribuídas pelo país que oferecem as mesmas condições mediante o pagamento de uma taxa de R$3,95.