A ação mais famosa do Brasil sofreu muito nos últimos dias de mercado e muitas pessoas têm se perguntado o que fazer com suas posições – compra mais ou assume o prejuízo na queda?
Semana passada, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a saída de Roberto Castello Branco da presidência da estatal brasileira. Castello Branco é considerado o responsável por um dos melhores resultados da Petrobras em muitos anos.
Tanto, que na última semana, a empresa divulgou o balanço do fechamento de 2020, apresentando lucros com mais de 600% de aumento em comparação com o 4º trimestre de 2019. Sob a gestão de Castello Branco, a Petrobras atingiu o maior resultado líquido da história de todas as ações da Bolsa de Valores, chegando a R$59,9 bilhões.
O ato do presidente Bolsonaro, de “pôr o dedo” na empresa usando da sua autoridade como chefe do executivo no país, causou alvoroço mundial, ocasionando grande insegurança nos investidores, tanto locais como nos internacionais. Imagine, como um grande banco ou fundo investidor vai aplicar seus bilhões em uma empresa cuja presidência e direção está sob incertezas dos desejos do presidente de um país?
O mercado financeiro não gosta de incertezas e esse tipo de instabilidade gera muito estresse no mercado. No caso da Petrobras, suas ações caíram mais de 21% somente na segunda-feira após o pronunciamento de Bolsonaro sobre a troca no comando da companhia, e permaneceu estressado até o fechamento semanal, com 18% de baixa.
O mais interessante foi que, após a demissão do então presidente da Petrobras, a entrega de resultados incríveis levantou os seguintes questionamentos: “será que a gestão anterior deveria mesmo ser substituída?”; “será que o novo presidente da companhia, Coronel Joaquin Silva e Luna, terá condições de manter o mesmo nível de gestão?”; “Silva e Luna será capaz de fazer a empresa prosperar no mesmo ritmo ou até melhor?”.
A abrupta queda nas ações da Petrobras gerou muitas dúvidas nos investidores, principalmente se faria sentido aportar mais dinheiro na empresa perante a forte queda. É compreensível especular que uma empresa estatal listada na Bolsa de Valores brasileira receberia milhões de oportunidades de se reestruturar antes de entrar em decadência.
Mas esse tipo de atitude intervencionista do presidente do país levanta dúvidas quanto ao futuro da empresa. E se tem uma coisa que o mercado não tolera é a dúvida e a incerteza, e intervenções políticas nunca foram bem vistas aos olhos dos investidores.