Com a pandemia do novo coronavírus e o decreto de isolamento social como forma de conter a disseminação da doença, a rotina de muitas pessoas e seus hábitos, incluindo os de consumo, foram afetados de diversas formas. Como os setores de serviço não-essenciais, como o comércio, foram temporariamente fechados, a alternativa foi comprar pela internet.
O e-commerce, que já estava cada vez mais presente na realidade de compradores e vendedores, foi uma ferramenta essencial para o enfrentamento da quarentena. Entretanto, a modalidade de compras parece ter chegado para ficar, mesmo após a flexibilização e reabertura de shoppings, lojas e comércio no geral.
Aqueles que nunca haviam confiado em comprar pela internet ou preferiam a forma presencial não tiveram alternativa a não ser experimentar. Já quem o fazia de forma esporádica implementou o e-commerce de maneira mais consistente na sua rotina e em seus hábitos. Com isso, segundo pesquisas, a forma de consumo mudou e deve permanecer de maneira mais remota, mesmo após a pandemia.
Uma pesquisa realizada pela EY Parthenon mostrou que, para a maioria das 1.134 pessoas ouvidas no estudo, as compras no pós-pandemia serão menos físicas e mais virtuais. Além disso, a pesquisa abordou não só a modalidade de adquirir itens, mas também as categorias do que está sendo comprado e as prioridades do público consumidor.
Segundo o estudo, que foi intitulado “EY Future Consumer Index”, 72% dos entrevistados se conscientizaram mais sobre hábitos de higiene pessoal e limpeza, 68% passaram a cozinhar mais suas próprias refeições do que antes da pandemia e 63% disseram que vão frequentar menos lojas físicas. Gastos com moda, cosméticos e itens considerados supérfluos não são prioridade para 60% dos entrevistados.
Neste cenário, as lojas e os setores que já investiam na digitalização e modernização de seus serviços saíram na frente. “Notamos nos últimos meses que o público consumidor está cada vez maior. E ele é formado tanto por pessoas que não costumavam comprar, quanto por aqueles que passaram a comprar com maior frequência. Isso é fruto de uma tendência que tem se acelerado com a pandemia” diz Stelleo Tolda, COO do Mercado Livre, plataforma de compra e venda.
“Com o fechamento do comércio físico ficou muito claro para as pequenas e médias empresas que buscar soluções digitais para o modelo de negócio, seja a venda por meio de marketplace ou através de um site próprio, é imprescindível”, complementa Stelleo.
Ao final da quarentena, as pessoas devem passar a frequentar menos shoppings e lojas físicas para comprar mais através das telas de notebook e celulares, de forma ágil e eficiente.