Economia

Poupança não é mais rentável. Especialista dá dicas de onde investir

Cícero Bezerra é do Conselho Federal de Economia

Tida como segura, descomplicada e de fácil acesso, a poupança ainda é o investimento preferido de muitos brasileiros. Porém, é preciso atenção, já que o rendimento da caderneta não é considerado vantajoso, podendo ser até negativo. Por conta disso, o economista Cícero Bezerra dá dicas de onde investir.

“Hoje a poupança está com rendimentos abaixo da inflação. Ou seja, quem deixa dinheiro aplicado na poupança está perdendo dinheiro”, disse o economista que faz parte do Conselho Federal de Economia.

De acordo com o índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), até abril a rentabilidade da poupança foi de 0,56% em termos nominais, enquanto a inflação foi de 1,06% a maior taxa em 26 anos. Com isso, a caderneta teve um retorno negativo de -0,50% no mês.

Em agosto de 2020, foi a última vez que a poupança teve ganhos reais acumulados em 12 meses (0,45%). Ou seja, o dinheiro aplicado na poupança está encolhendo em vez de crescer em razão do rendimento abaixo da inflação.

“O Mercado de capitais está passando por um momento turbulento, crise nos mercados globais, recessão, inflação fora do controle, todos esses fatores acabam tornando o investimento em ações ou no criptomercado muito mais arriscados, podendo o investidor ver seu capital ruir”, destacou Cícero.

Embora a poupança não seja caso único de investimento perdendo para a inflação, com a alta da taxa básica de juros (Selic) há atualmente outras opções de investimento em renda fixa que superam a rentabilidade da poupança e que estão dando retorno de até mais de 1% ao mês, dependendo do prazo da aplicação.

“Com a alta da taxa SELIC temos investimentos interessantes, como fundos de renda fixa e também o Tesouro Selic. Com rendimentos bem superiores aos da Caderneta de Poupança CDB, Tesouro Selic, são opções seguras e com boa rentabilidade. Dada à situação macroeconômica atual, o investidor deve procurar investimentos mais conservadores e seguros”, alertou o economista.