Economia

Reforma tributária: entenda como funcionará o ‘cashback’

De acordo com a nova lei, as famílias de baixa renda terão 100% de devolução da CBS e pelo menos 20% do Imposto sobre Bens e Serviços IBS sobre itens essenciais como água, gás, contas de telefone e internet, energia elétrica e esgoto

A reforma introduziu o cashback para as famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
A reforma introduziu o cashback para as famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

A reforma tributária trouxe uma novidade que promete alterar a dinâmica de tributação para as famílias de baixa renda: o cashback. Essa devolução de impostos foi criada com o objetivo de tornar o sistema tributário mais justo e progressivo, garantindo que os mais pobres paguem menos tributos proporcionalmente do que os mais ricos.

Hoje, os tributos sobre o consumo têm um efeito regressivo. Isso significa que, ao comprar um produto, todos pagam o mesmo percentual de imposto, mas quem ganha menos sente mais no bolso. Por exemplo, em um pacote de arroz que custa R$ 25, com alíquota de 25%, o imposto é de R$ 6,25. Para um trabalhador que ganha um salário mínimo de R$ 1.518, esse valor representa 0,41% da renda. Já para quem ganha R$ 10 mil, o impacto é de apenas 0,062%.

Para corrigir essa distorção, a reforma introduziu o cashback para as famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Esse mecanismo foi detalhado pela lei complementar sancionada na última quinta-feira (16).

De acordo com a nova lei, as famílias de baixa renda terão 100% de devolução da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e pelo menos 20% do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) sobre itens essenciais como:

  • Água;
  • Botijão de gás;
  • Contas de telefone e internet;
  • Energia elétrica;
  • Esgoto.

Para outros produtos e serviços, o ressarcimento será de 20% da CBS e do IBS, mas estados e municípios poderão aumentar esse percentual.

Como vai funcionar

Ainda faltam detalhes sobre como a devolução será feita, mas uma das ideias é usar o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) nas notas fiscais. Assim, o valor da compra seria cruzado com o registro no CadÚnico para calcular o cashback. No caso do IBS, pode ser necessário verificar automaticamente o endereço do comprador no CadÚnico.

Um exemplo é o que já acontece no Rio Grande do Sul. Desde 2021, o estado devolve o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a famílias de baixa renda. Inicialmente, a devolução era um valor fixo por família, mas agora é feita por CPF, com base no valor das compras e na situação cadastral da família. Para regiões remotas, sem internet, pode ser implementado um sistema de transferência direta de renda, complementar ao Bolsa Família.

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.