A possibilidade de faltar óleo diesel na Venezuela tem preocupado a classe empresarial de Roraima, que tem tido um retorno positivo com as exportações de produtos para o país vizinho.
O presidente da Câmara Venezuelana Brasileira de Comércio e Indústria de Roraima, Eduardo Oestreicher, informou que se isso ocorrer, poderá prejudicar o fluxo comercial entre o estado e a Venezuela.
“Estamos observando que, em função da diminuição industrial na Venezuela, houve uma redução da extração de petróleo e consequentemente no refino para transformação em combustível. E a nossa preocupação é que isso possa afetar esse fluxo comercial que Roraima tem com aquele país, que tem sido crescente desde 2016”.
Segundo Oestreicher, em razão da pandemia, os caminhões brasileiros que levam as cargas chegam até a aduana em Pacaraima ou no máximo até a cidade de Santa Elena de Uairén, e são obrigados a fazer o transbordo das mercadorias para os caminhões venezuelanos, por uma medida de prevenção sanitária.
“Isso é provisório e esperamos que com a vacinação contra a covid em ambos os países, possamos continuar levando os produtos até o destino final. Mas, a nossa preocupação é que com a diminuição de combustível, principalmente óleo diesel, não se consiga atender a demanda interna da Venezuela e venha a prejudicar esse fluxo”.
Para tentar evitar essa situação, Oestreicher disse que foi identificado que um dos associados à Câmara Venezuelana Brasileira de Comércio e Indústria de Roraima possui registro junto a ANP (Agência Nacional de Petróleo), como agente de comercio exterior. “Então, isso facilita que essa empresa possa exportar combustível para o país vizinho, e já estamos nos articulando para que possamos tomar algumas medidas que venham a diminuir o impacto”.
“O que nos faltava agora era irmos em busca de normativas e de onde pudéssemos adquirir combustível com destino à exportação. Tem toda uma legislação vigente que determina quais agentes podem vender e quais podem comprar”, complementou o presidente da Câmara Venezuelana Brasileira de Comércio e Indústria de Roraima.
APOIO – Eduardo Oestreicher informou que o senador Telmário Mota (Pros) deu um apoio ao grupo, colocando a diretoria da Câmara em contato com a Petrobras. “Durante reunião, detalhamos o problema para que não tenhamos o fluxo comercial interrompido, e estamos aguardando orientações sobre qual será a melhor maneira o país vizinho”, comentou.