Economia

Roraima é o Estado com a 7ª menor taxa de desemprego do Brasil

Em 2019, entre janeiro e março, a unidade federativa estava em 10º na lista das maiores taxas, acima da média nacional

Jean Silva Araújo, de 26 anos, conseguiu um novo emprego como estoquista em papelaria após seis meses parado. “Está sendo uma experiência diferente e nova, conquistando coisas novas”, disse.

A nova oportunidade surge em um contexto positivo para Roraima. No primeiro trimestre do ano, o Estado ficou em 7º lugar no ranking dos estados com as menores taxas (8,8%) de desemprego no Brasil. O percentual ficou abaixo da média nacional, de 11,1%. Desde 2016, esse foi o melhor resultado por trimestre.

Em 2019, no mesmo período, a unidade federativa estava em 10º na lista das maiores taxas (15,2%), acima da média nacional, de 12,8%.

Proporcionalmente, em três anos, Roraima foi o segundo Estado brasileiro que mais reduziu o desemprego (42,1%) ficando atrás apenas do Mato Grosso do Sul (42,4%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Previdência, referentes a janeiro de 2022, registraram saldo de 375 novos empregos. E em fevereiro e março, foram 1.118 e 390, respectivamente. Ao todo, foram 1.883 novos postos de trabalho em Roraima no primeiro trimestre.

São 786 empregos a mais do que o primeiro trimestre de 2021 e 337 a mais do que o mesmo período de 2020.

Medidas contra o desemprego

Segundo o Governo de Roraima, a redução do desemprego tem a ver com a redução de gastos governamentais, pagamento de dívidas de gestões anteriores e manutenção das contas em dia. Além disso, o Poder Executivo citou programas sociais como o Cesta da Família, Renda Cidadã e Auxílio Empreendedor de R$ 1,5 mil.

Em 2020, um pacote de medidas anunciado pela Secretaria da Fazenda (Sefaz) injetou mais de R$ 80 milhões para atenuar os efeitos da crise em Roraima. As ações incluíram refinanciamento de dívidas do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores), manutenção e atração de novos voos para Roraima, produção de energias renováveis e isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para mais de 100 itens usados no combate à pandemia.

O governo estadual destacou ainda o incentivo à produção de óleos vegetais e biocombustíveis (dendê e outros produtos) para geração de energia e exportação. Hoje, a produção e envasamento de óleo de soja já é uma realidade em Roraima, por meio da Indústria Ouro Verde, gerando centenas de empregos diretos e indiretos. Além disso, o Poder Executivo citou novos negócios abertos por investidores.

O Executivo destacou ainda um pacote de ações que colaboraram “fortemente” para a geração de empregos, dentre elas, a realização de concursos públicos e o início de obras de infraestrutura, e também nos setores de saúde e educação.

Para o secretário estadual de Planejamento, Diego Prandino, as ações para reestruturar economia na busca da independência econômica do Estado, bem como a atração de investidores para a geração de emprego e renda, contribuíram diretamente para a melhoria deste cenário.

“Roraima tem apresentado resultados positivos mesmo após anos difíceis, marcados por um fluxo migratório acentuado desde 2015, uma intervenção federal no fim de 2018 e pandemia em 2020 e 2021. Essas circunstâncias afetaram fortemente a empregabilidade no setor de serviços, além dos setores secundário e primário. Mas, mesmo quando comparado com os demais Estados, Roraima tem mostrado sinais de forte aquecimento econômico”, disse.