Jean Silva Araújo, de 26 anos, conseguiu um novo emprego como estoquista em papelaria após seis meses parado. “Está sendo uma experiência diferente e nova, conquistando coisas novas”, disse.
A nova oportunidade surge em um contexto positivo para Roraima. No primeiro trimestre do ano, o Estado ficou em 7º lugar no ranking dos estados com as menores taxas (8,8%) de desemprego no Brasil. O percentual ficou abaixo da média nacional, de 11,1%. Desde 2016, esse foi o melhor resultado por trimestre.
Em 2019, no mesmo período, a unidade federativa estava em 10º na lista das maiores taxas (15,2%), acima da média nacional, de 12,8%.
Proporcionalmente, em três anos, Roraima foi o segundo Estado brasileiro que mais reduziu o desemprego (42,1%) ficando atrás apenas do Mato Grosso do Sul (42,4%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Previdência, referentes a janeiro de 2022, registraram saldo de 375 novos empregos. E em fevereiro e março, foram 1.118 e 390, respectivamente. Ao todo, foram 1.883 novos postos de trabalho em Roraima no primeiro trimestre.
São 786 empregos a mais do que o primeiro trimestre de 2021 e 337 a mais do que o mesmo período de 2020.
Medidas contra o desemprego
Segundo o Governo de Roraima, a redução do desemprego tem a ver com a redução de gastos governamentais, pagamento de dívidas de gestões anteriores e manutenção das contas em dia. Além disso, o Poder Executivo citou programas sociais como o Cesta da Família, Renda Cidadã e Auxílio Empreendedor de R$ 1,5 mil.
Em 2020, um pacote de medidas anunciado pela Secretaria da Fazenda (Sefaz) injetou mais de R$ 80 milhões para atenuar os efeitos da crise em Roraima. As ações incluíram refinanciamento de dívidas do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores), manutenção e atração de novos voos para Roraima, produção de energias renováveis e isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para mais de 100 itens usados no combate à pandemia.
O governo estadual destacou ainda o incentivo à produção de óleos vegetais e biocombustíveis (dendê e outros produtos) para geração de energia e exportação. Hoje, a produção e envasamento de óleo de soja já é uma realidade em Roraima, por meio da Indústria Ouro Verde, gerando centenas de empregos diretos e indiretos. Além disso, o Poder Executivo citou novos negócios abertos por investidores.
O Executivo destacou ainda um pacote de ações que colaboraram “fortemente” para a geração de empregos, dentre elas, a realização de concursos públicos e o início de obras de infraestrutura, e também nos setores de saúde e educação.
Para o secretário estadual de Planejamento, Diego Prandino, as ações para reestruturar economia na busca da independência econômica do Estado, bem como a atração de investidores para a geração de emprego e renda, contribuíram diretamente para a melhoria deste cenário.
“Roraima tem apresentado resultados positivos mesmo após anos difíceis, marcados por um fluxo migratório acentuado desde 2015, uma intervenção federal no fim de 2018 e pandemia em 2020 e 2021. Essas circunstâncias afetaram fortemente a empregabilidade no setor de serviços, além dos setores secundário e primário. Mas, mesmo quando comparado com os demais Estados, Roraima tem mostrado sinais de forte aquecimento econômico”, disse.