A produção de milho em Roraima deve bater recorde pela terceira safra consecutiva, chegando a 971,5 mil toneladas na temporada 2019/2020, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Isso representa crescimento de 4,5% em relação ao ciclo anterior.
O volume de milho produzido no Estado praticamente triplicou na última década. Enquanto isso, no mesmo período, a área plantada aumentou apenas 19% – de 166,2 mil hectares para 197,9 mil hectares, estima a Conab.
Um dos motivos que tem levado produtores à Roraima é a aposta na melhoria da logística para o escoamento da safra. O novo governo eleito na Guiana, país vizinho, tem como objetivo asfaltar 450 km da estrada que liga o Porto de Georgetown à capital Boa Vista. Quando esse trecho estiver pronto, daqui quatro anos segundo previsão, esse caminho vai reduzir a distância e o tempo do fluxo de exportação praticamente pela metade.
Por enquanto, o grão sai de Boa Vista e vai de caminhão até o Porto de Manaus. De lá, é embarcado e segue até o Canal do Panamá, totalizando 6.250 quilômetros, percorrido em 11 dias. Na nova rota, a carga seguirá de Boa Vista até o Porto de Georgetown. A distância total passará para 3.500 e o transporte será feito em seis dias.
O produtor rural Marlos Buss cultiva o cereal há 30 anos, próximo à Boa Vista (RR), e está animado com o desempenho apresentado no início deste ciclo. “Demonstra alto potencial produtivo”, diz.
“A média de produtividade tem ficado entre 100 a 120 sacas por hectare, mas nós temos muitas lavouras que tem conseguido produzir até 150 sacas por hectare. Com adição de novas tecnologias, temos um potencial muito grande de crescimento no campo”, afirma o gaúcho Ermilo Paludo, que migrou para Roraima 40 anos atrás.
PIB – Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu apenas 1,1% em 2019, o de Roraima teve alta de 4,3% no mesmo período. O crescimento se deve, principalmente, ao agronegócio, que gerou R$ 14 bilhões, maior resultado dos últimos seis anos.
De acordo com o governador Antônio Denarium (sem partido) ainda há muita área para plantar sem que seja necessário derrubar florestas. “Temos apenas 7% da nossa área agricultável sendo utilizada, então o potencial é muito grande. Temos muitas pastagens degradadas que podem ser transformadas em agricultura e o trabalho também de integração lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta tem sido implementado aqui em grande escala”, diz.
Fonte: Canal Rural