Os testes de importação de energia elétrica da Venezuela, realizados por meio da Hidrelétrica de Guri, para controle energético de Roraima foram encerrados nesta sexta-feira (17), às 9h. A informação foi repassada exclusivamente à Folha.
Durante quatro dias, foi mantido o fornecimento de 10 megawatts (MW), conforme aprovação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). De acordo com a informação, quatro interrupções no fornecimento se energia ocorreram entre os dias 13 e 16 de janeiro. Apenas no dia 15 não haveriam sido registradas falhas.
Com o fim dos testes, esses dados serão submetidos à análise técnica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que definirá o resultado para o contrato comercial de importação com limite máximo de 15 MW. A autorização também depende da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
As informações como valores e prazo do contrato de importação ainda não foram divulgadas. A expectativa é de que esses detalhes sejam apresentados antes de uma eventual autorização para a operação comercial.
Situação energética do estado
A importação de energia da Venezuela já foi a principal fonte de abastecimento de Roraima por décadas. No entanto, após constantes apagões, em março de 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro encerrou o contrato com o país vizinho. Desde então, o estado passou a depender exclusivamente de usinas termelétricas locais, como a Jaguatirica II que opera no estado desde 2022, com capacidade de mais de 140 MW.
Como Roraima permanece fora do Sistema Interligado Nacional (SIN), o abastecimento elétrico do estado por meio das termelétricas é mantido por Contrato de Compra de Capacidade (CCC), financiado com recursos federais. Esse subsídio aumenta os custos para o sistema elétrico nacional.