Roraima apresentou queda nas vendas do setor de comércio em maio, mesmo com um aumento em todo o país no mesmo período. O crescimento foi de 1,2%, comparado com abril, mas no estado foi registrado uma queda de -3,4%. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada ontem, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A FolhaBV conversou com o economista Fábio Martinez, que explica que os setores mais afetados são os de supermercados, hipermercados e vestuário. Fábio explica, que o desde o início do ano os empresários vêm demitindo mais funcionários nos setores de supermercados e vestuários em Roraima, isso é uma forma de identificar que o setor tem tido uma queda. Ambos os setores tiveram destaque no aumento no restante do país, hiper e supermercados, de 0,7%, e vestuário e calçados, de 2,0%.
“Para o empresário demitir uma pessoa é caro, então ele pensa bastante se vai fazer isso quando as vendas não estão atingindo o que se é esperado. O seguimento de comércio acaba destoando um pouco das outras atividades econômicas, como o setor de serviços que está bem aquecido e o da indústria também”, explicou o economista.
Um fator preocupante para os empresários é a forte estiagem que o Amazonas vêm enfrentando nos últimos dias, pois o estado é um dos principais fornecedores de mercadorias de Roraima. O rio Negro já registrou uma queda de 35 centímetros nos últimos 18 dias, segundo o Porto de Manaus.
“Isso acaba impactanto diretamente o custo do frete, isso acaba encarecendo os produtos. Enquanto o rio está cheio, têm tido um aumento nas compras de mercadorias antes do período de estiagem agravar”, ressaltou Fábio.
Pesquisa Mensal do Comércio
A Pesquisa Mensal do Comércio, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi publicada nesta quinta-feira, 11, e mostrou que o crescimento no setor de comércio no mês de maio fez o setor alcançar o maior volume da série histórica iniciada em janeiro de 2000. Este foi o quinto mês consecutivo de alta no setor em todo o país.
Cinco das oito atividades pesquisadas ficaram no campo positivo em maio. A principal influência positiva veio de hiper e supermercados, que tiveram aumento nas vendas de 0,7%, marcando o segundo mês seguido de alta. Esse segmento responde por mais da metade (54,7%) do volume de vendas do comércio.
Na sequência, se destaca a atividade outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%). Também apresentaram evolução positiva as atividades de tecidos, vestuário e calçados (2,0%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,2%) e livros, jornais, revistas e papelaria (0,2%).