Um grupo de mães denunciou à FolhaBV que funcionários da Escola Estadual Indígena Professor Geraldo Crispim, em Normandia, teriam obrigado os alunos a tirarem as roupas para uma revista pessoal nos banheiros da instituição. O caso aconteceu na última sexta-feira (6).
Conforme uma das mães que conversou com a reportagem, mas não quis se identificar, a revista teria sido realizada após o dinheiro de uma aluna ter sumido. Ela disse que, naquele momento, o diretor e vice-diretor da escola não estavam e a instituição ficou na responsabilidade do secretário.
A denunciante relatou que o secretário levou os alunos em duplas ao banheiro, pediu para que tirassem as roupas e ficassem com peças íntimas. Depois, os funcionários teriam ido nas salas e revistado as mochilas.
“Tinha aluno que estava sem cueca e ficou somente de blusa tampando as partes íntimas. Isso foi feito em todas as turmas. Inclusive, teve aluno que chegou chorando em casa por causa do constrangimento. Fiquei indignada com essa atitude”, disse.
Outra mãe afirmou que a revista foi feita em alunos entre 11 e 16 anos, mas nenhum dinheiro foi encontrado com eles. “Os funcionários despreparados tomaram essa atitude sem autorização do gestor da escola. Alguns estudantes, por constrangimento e medo, não falaram para seus responsáveis e ficam constrangidos e choram toda vez que tocam no assunto”.
O caso foi denunciado no Conselho Tutelar e na delegacia do município.
O que diz a Secretaria de Educação
A FolhaBV entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seed) que informou que só tomou ciência da situação após o contato da reportagem. Confira a nota na íntegra:
A Secretaria de Educação e Desporto informa que tomou ciência da situação por meio da demanda do jornal Folha de Boa Vista e de imediato entrou em contato com a gestão da escola. Informa que a Seed está apurando os fatos.
Esclarece que não existe nenhuma orientação por parte da Seed ou do Departamento Escolar Indígena para realização de revistas em estudantes.
A Seed ressalta que a conduta dos servidores será devidamente apurada e providências cabíveis serão adotadas com a abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD).