REEDUCAÇÃO E INTEGRAÇÃO

Detentos recebem certificados de cursos profissionalizantes na Cadeia Pública

A iniciativa é uma parceria entre entidades para oferecer oportunidades aos reeducandos retornarem à sociedade tendo oportunidades de obter emprego.

São mais de mil certificados entregues aos detentos participantes do projeto AJUFE por um mundo melhor. (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
São mais de mil certificados entregues aos detentos participantes do projeto AJUFE por um mundo melhor. (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

Nesta quinta-feira, 10, foi realizada a cerimônia de entrega de certificados de conclusão aos formandos participantes dos cursos de introdução à informática, noções básicas de mecânica automotiva e técnicas de vendas, na Cadeia Pública Masculina de Boa Vista. 

Foram mais de mil certificados contemplados à primeira edição da formação. A ação faz parte da parceria entre a Associação dos Juízes Federais do Brasil (AJUFE), O Instituto Mundo Melhor, o Governo de Roraima e a Secretaria de Justiça e da Cidadania (SEJUC). 

O projeto “AJUFE por um mundo melhor” atende 17 estados brasileiros. Em Roraima, as unidades contempladas são a Cadeia Pública Feminina e Masculina e o Centro de Progressão Penitenciário.

Halisson de Olanda afirma que a cada 3 dias de cursos concluídos, o reeducando reduz um dia de pena. (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

Halisson de Olanda, diretor do Departamento de Justiça Direitos Humanos e Cidadania (DJDHC), explica que o principal objetivo da implementação do projeto é possibilitar maiores chances de ressocialização dos reeducandos na sociedade, principalmente por meio do trabalho.

“É capacitar os internos para que eles possam ser reinseridos no mercado de trabalho quando acabarem suas penas. Na cadeia pública estamos capacitando o pessoal do semiaberto, uma vez que eles estarão com a saída temporária e poderão utilizar esses certificados para procurar emprego”, explicou.

Atualmente, existem mais de 700 reeducandos ativos no projeto, entretanto a meta é integrar todo o Sistema Carcerário de Roraima. Para isso, as entidades envolvidas já estão planejando a implementação do projeto na Penitência Agrícola de Monte Cristo e na Penitenciária de Rorainópolis. 

Márcio Paulikini explica que educar os detentos é uma forma de desinchar o sistema carcerário brasileiro e de garantir que o reeducando tenha oportunidades de trabalho. (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

Márcio Pauliki, mantenedor do Instituto Mundo Melhor, elogiou o trabalho que está sendo realizado no Sistema Penitenciário de Roraima. Ele afirma que é importante preparar os reeducandos para os desafios do mercado de trabalho.

“Acredito que o sistema penitenciário tem que pensar não só na manutenção dos detentos dentro do sistema, mas também no futuro dele. Aqui eu tenho certeza que nós vamos ter milhares de cursos oferecidos de acordo com o que temos visto da organização”, declarou.

André Fernandes afirma que medidas de ressocialização aos detentos já vem sendo discutido há alguns anos dentro do Governo do Estado. (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

André Fernandes, secretário de Segurança Pública de Roraima (SESP), ressalta o trabalho do estado no investimento da educação e ressocialização dos detentos. 

“Só existem duas formas de ressocialização, o trabalho e o estudo. Quando você junta essas duas coisas em uma ação e trazendo cursos profissionalizantes, engrandece o estado e logo teremos novos roraimenses aptos para empreender e trazer novas riquezas para o Estado de Roraima”, afirmou.

Hércules Pereira afirma que a melhor forma de reintegrar o reeducando a sociedade é por meio da educação e que devem ser feitas desde a unidade prisional. (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

Hércules Pereira, secretário da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), declara que é um projeto inovador no estado. Ele afirma que o principal passo para os reeducandos retornarem à sociedade é por meio da educação. 

“O estado já vem proporcionando a educação inicial básica e agora com cursos de capacitação. Assim, trabalhamos nesse sentido de ofertar a capacitação para eles voltarem pessoas melhores que entraram e não retornem ao sistema”, afirmou.

Além disso, ele afirma que o estado está investindo na ressocialização de detentos por outros meios, como o Prisões: Pronatec, que oferece a centenas de reeducandos cursos como pedreiro, lanternagem e pintura.

Dagoberto Gonçalves explica que os cursos são rápidos e a oferta deles é pretendida à todo o sistema carcerário de Roraima. (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

Dagoberto Gonçalves, representante do Tribunal de Justiça, explica que os resultados esperados são a integração ao mercado de trabalho. 

“Essas plataformas de cursos virtuais formam na área da saúde, administração e civil, e propiciam condições para que o reeducando, quando retornar a sociedade, possa ter uma ocupação de trabalho. Assim, possibilita uma boa condição para essa ressocialização, empregos e construir uma sociedade mais justa e humana. ”, finzalizou.

Confira outras fotos da solenidade: