
O secretário de Educação de Roraima, Mikael Cury-Rad, abordou, em entrevista ao programa Agenda da Semana, da rádio Folha FM 100.3, a posição do estado no Ranking de Competitividade dos Estados 2024, divulgado pelo Centro de Liderança Pública (CLP). Roraima ocupa a 25ª posição no pilar Educação, uma colocação que, de acordo com o secretário, não reflete completamente os desafios e peculiaridades do estado.
No Ranking de Competitividade, o estado é superado por Acre (25ª posição) e Amapá (26ª posição). Observando as categorias, no IDEB, o Estado ocupa a 17ª posição, além de estar entre os últimos colocados nas taxas de frequência líquida do ensino fundamental e de atendimento do ensino infantil.
“Esses rankings nacionais não consideram peculiaridades. A gente tem que saber como é que isso está sendo ranqueado e [entender] que nessas posições também têm que ser levadas em consideração as peculiaridades, que não são poucas no estado de Roraima. […] E essa é a nossa briga. O custo operacional da educação é mais alto em estados da Amazônia, como Roraima, devido à vastidão territorial, dificuldades de transporte, além da presença significativa de populações indígenas e imigrantes, que necessitam de ações diferenciadas”, disse o secretário.
Entre outros desafios enfrentados na educação do estado, Cury-Rad apontou a necessidade de tradução de provas e materiais didáticos para as línguas indígenas, o que demanda uma infraestrutura diferenciada e mais recursos. Também mencionou a dificuldade de alcançar as áreas mais remotas, como as regiões ribeirinhas, onde a educação precisa ser adaptada às condições locais, e a equalização da educação junto ao alto número de alunos venezuelanos na rede estadual.
Investimentos em educação
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Em relação às iniciativas do governo estadual, o secretário lembrou que Roraima não participou de algumas edições do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), mas que para 2025 está programada a realização das provas em todos os municípios, em parceria com o governo federal e as prefeituras. “Esses dados vão nos permitir um diagnóstico mais preciso sobre a educação no estado e vão nos ajudar a traçar estratégias mais eficientes de melhoria”, destacou Cury-Rad.
Entre as ações em andamento, ele mencionou o trabalho de ampliação da educação indígena, com a tradução de material didático para línguas nativas e a formação de professores que compreendam as especificidades culturais. Além disso, o governo tem buscado parcerias para fomentar a utilização de novas tecnologias, como plataformas de ensino remoto, para alcançar alunos que moram em locais de difícil acesso.
“Estamos avançando, mas há muito a ser feito. O nosso objetivo é garantir que todos os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade, independentemente de onde moram ou da sua origem”, afirmou.
Outros assuntos
O secretário também esclareceu pontos sobre seletivos, além de falta de professor e ônibus escolar, sendo este último o maior gasto da secretaria no momento. Confira a entrevista completa no YouTube.