DIA INTERNACIONAL DA SUPERDOTAÇÃO

Incentivo à crianças superdotadas forma adultos de alto desempenho

Neste10 de agosto comemora-se o Dia Internacional da Superdotação, mas como anda a educação voltada às altas habilidades?

Cerca de 96 crianças matriculadas na educação básica em Roraima realizam atividades para alta habilidade. (Foto: arquivo/CADAH/S)
Cerca de 96 crianças matriculadas na educação básica em Roraima realizam atividades para alta habilidade. (Foto: arquivo/CADAH/S)

A superdotação é o conceito usado para classificar pessoas que apresentam um alto nível de inteligência em uma ou mais áreas de interesse. Grandes estudos, construções e acontecimentos da história envolveram alguma pessoa com alta habilidade seja linguística, artística ou lógico matemático, como Albert Einsten na física, Bill Gates na tecnologia e Jô Soares na teledramaturgia. Nesta quinta-feira, 10 de agosto, comemora-se o Dia Internacional da Superdotação, mas como anda a educação voltada às altas habilidades?

Em Roraima, por meio da Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed), há o Centro de Atendimento e Desenvolvimento de Altas Habilidades/Superdotação (CADAH/S) que tem acompanhado, atualmente, cerca de 96 crianças matriculadas na educação básica, seja estadual, municipal ou privada. As atividades do centro iniciaram em 2013 e desde então desenvolvem a atenção e as habilidades desses alunos.

“São atendidos aqui e nós fazemos também as assessorias nas escolas. Então esse quantitativo ele é bem maior porque tem criança que ela já é atendida na escola. Nossos profissionais vão às escolas, fazem esse acompanhamento com indicação de atividade, com possibilidade, orientando os professores nas salas multifuncionais”, explica a gestora Yasnara Medeiros.

De acordo com a gestora, a finalidade não é só identificar, por meio dos professores de sala de aula, e atender os alunos de altas habilidades e superdotação, mas também de oferecer um espaço de formação aos profissionais da educação e orientação aos familiares e à população. A criança com essa capacidade acima da média tem maior capacidade intelectual, aptidão acadêmica, habilidades psicomotoras e por isso precisa de um estímulo mais desafiador.

Yasnara Medeiros é gestora do CADAH/S há mais de um ano. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Incentivo às atividades

Como o CADAH/S entra na classificação de Atendimento Educacional Especializado, são nas salas multifuncionais que há o suporte para as crianças com altas habilidades, mas também aos alunos autistas, TDAH e outras neurodivergências. Para o professor Wilton Barbosa, ter um espaço específico, como o centro, é o que incentiva e estimula melhor os alunos superdotados, mas falta incentivo da população e de organizações privadas.

“Estamos falando de pessoas que não são muitas, mas elas não são individuais. Elas existe, elas estão em todas as sociedades humanas, em todos os grupos étnicos. Falar de altas habilidades é tentar compreender que essas pessoas também são um capital humano e para isso elas precisam de investimento. Esse estudante gosta de desafio e gosta de enfrentar risco, ele é extremamente curioso, e para suprir a necessidade desse aluno é caro”, afirma o professor.

Wilton Barbosa é professor há 12 anos e se encontrou no ensino à crianças superdotadas. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Conforme Wilton e Yasnara explicaram, a atuação gestão da Seed tem apoiado e fortalecido as atividades do centro de diversas maneiras. Porém, o investimento em projetos é o que impulsionam a educação especializada às crianças.

“É importante frisar que, embora seja uma instituição governamental, a gente não resta de um orçamento. Às vezes a gente tem necessidade de parcerias e a iniciativa privada, que está proposto inclusive uma nota técnica nº 41/2014, pode ajudar. Aos centros especializados de altas habilidades, em razão das suas especificidades de dar acesso a esses alunos, a laboratórios, universidades, acertos de pesquisas, seria muito importante que a iniciativa privada apoiasse alguns projetos”, completa Wilton.

Futuro

O Centro de Atendimento às Altas Habilidades e Superdotação realiza um primeiro processo de acompanhamento e investigação das crianças identificadas com a alta capacidade. Nos 13 anos de suporte, Yasnara contou que estimulam os alunos até o ensino médio ou quando ainda há interesse deles em fazer as atividades.

No entanto, alguns, mesmo já na faculdade realizam visitas após o acompanhamento durante a educação básica. É o caso do Yan Guilherme Rubim, que entrou no CADAH/S em 2008 e atualmente cursa Arquitetura e Urbanismo, além de ter desenvolvido projetos com idioma e linguagem artística.