O Ministério da Educação (MEC) está analisando a possibilidade de voltar a utilizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de certificação para conclusão do ensino médio, direcionada para pessoas maiores de 18 anos. Segundo Camilo Santana, atual ministro da Educação, a medida deve ser implementada já no Enem de 2025. A recomendação foi encaminhada ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão que aplica o exame.
Essa proposta visa ampliar as oportunidades para jovens e adultos que não concluíram o ensino médio em idade regular, permitindo que obtenham a certificação por meio do Enem, retomando uma possibilidade que foi suspensa em 2016. “A ideia é possibilitar que esse jovem também tenha a oportunidade de a prova do Enem o certificar. Isso dá mais abrangência para acesso a essa prova e para que ele possa fazer a prova e entrar na universidade”, declarou Santana.
A alternativa não deve, no entanto, substituir o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), que continuará existindo para os mesmos fins, oferecendo mais uma via de acesso para aqueles que buscam a conclusão da educação básica.
Outra proposta em estudo pelo MEC é a convergência entre o Enem e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), exame utilizado pelo Inep para avaliar o desempenho dos estudantes do ensino médio. O objetivo dessa integração é reduzir a sobrecarga de provas para alunos do terceiro ano e tornar o processo de avaliação mais eficiente. Segundo o ministro, a ideia é que a nota do Enem possa ser utilizada também como indicador de desempenho do Saeb.
“Às vezes, o aluno do terceiro ano do ensino médio prioriza o Enem em relação à prova do Saeb. A gente está estudando a possibilidade da prova do Enem para o aluno do terceiro ano do ensino médio já servir para a prova do Saeb. O Inep terá prazo até antes das inscrições do próximo ano para concluir essa recomendação”, explicou Santana.
Essas medidas fazem parte de um esforço do Ministério da Educação para aprimorar os processos de avaliação e certificação no Brasil, visando não apenas facilitar o acesso ao ensino superior, mas também fortalecer a integração entre diferentes sistemas de avaliação do ensino básico. Se concretizadas, essas mudanças podem gerar um impacto significativo para milhões de estudantes em busca de oportunidades no mercado de trabalho e no ingresso à universidade.