Pais denunciam professor por maus-tratos a alunos de escola municipal

A Secretaria Municipal de Educação informou, por meio de nota, que solicitou imediata apuração e acompanhamento pelos setores responsáveis

O professor teria obrigado os estudantes a ficarem todo o tempo de aula em pé, expostas ao sol, sem poderem ir ao banheiro ou beber água (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
O professor teria obrigado os estudantes a ficarem todo o tempo de aula em pé, expostas ao sol, sem poderem ir ao banheiro ou beber água (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Um professor de educação física do segundo ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Professora Ana Sandra Nascimento Queiroz, localizada no bairro Cidade Satélite, está sendo acusado de ter praticado maus-tratos a alunos. Nesta sexta-feira (13), os responsáveis se reuniram em frente à instituição como forma de manifestação após o acontecido.

Segundo os pais das crianças, na terça-feira (10), ele teria obrigado os estudantes a ficarem todo o tempo de aula em pé, expostos ao sol, como forma de puni-los por desobediência. Alguns dos alunos teriam passado mal, pois foram impedidos de se mexerem, irem ao banheiro e tomarem água.

Elaine Segundo denunciou a situação à FolhaBV (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

O filho de 8 anos da cozinheira Elaine Segundo, de 32 anos, estuda nessa escola há menos de um mês. Ele teria relatado à mãe que, durante esse tempo, o educador teria orientado as crianças a ficarem de braços abertos por um período para que elas sentissem “como é segurar o peso do mundo todo”.

“O professor também disse para eles que era policial e, se visse as crianças ou os pais delas aprontarem na rua, iria fazer com eles como faz com ‘vagabundo’ e espancaria até a morte. Meu filho ficou com muito medo e não quer mais vir para a escola desde esse dia. Isso não se faz nem com adulto, imagina com uma criança”, relatou.

A filha de Naiara de Oliveira tem autismo, epilepsia e deficiência intelectual (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

A dona de casa Naiara de Oliveira, 32, se mostrou indignada com a situação, pois é mãe de uma criança diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA), epilepsia e deficiência intelectual, que também estava presente no dia do ocorrido. Conforme ela, por ter sido impedida de ir ao banheiro, a filha urinou nas calças.

“Foi a primeira vez que aconteceu algo assim e ela não sabe se defender. As amigas que trocaram a calça dela. Um professor jamais pode fazer algo assim, ainda mais com uma criança com deficiência. Depois disso, ela não quis vir para a escola. A gente fica revoltada com isso, a escola precisa tomar alguma providência”, disse.

Os pais registraram um Boletim de Ocorrência na delegacia de polícia e assinaram um abaixo assinado para pedir que o professor seja afastado da escola. Pretendem, também, ir à Secretaria Municipal de Educação e Cultura para realizar a denúncia.

Foto: Nilzete Franco/FolhaBV

Outro lado

Procurada, a Secretaria Municipal de Educação informou, por meio de nota, que, ao tomar conhecimento, solicitou imediata apuração e acompanhamento pela Gerência de Apoio Pedagógico e Psicossocial, Gerência de Educação Física, Ouvidoria da Secretaria, bem como pelo Gabinete desta secretaria para apuração do caso. Afirmou, ainda, que o professor está de férias e, ao retornar, será encaminhado ao RH da Secretaria Municipal de Educação, para imediatas providências a respeito. 

“A Rede Municipal de Ensino segue os parâmetros estabelecidos pela Base Nacional Comum Curricular – BNCC, e metodologia que preconiza o desenvolvimento físico, motor e cognitivo dos alunos, por meio de atividades teóricas e práticas priorizando o conhecimento das mais variadas atividades esportivas, garantindo também a segurança e o conforto dos alunos e dos nossos profissionais”, finalizou.

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