Um projeto pode criar um museu indígena da Universidade Federal de Roraima (UFRR) para revitalização do prédio da União Operária Beneficente, localizado no Centro de Boa Vista. A iniciativa visa dar atividade ao patrimônio histórico municipal da década de 40 com um centro dedicado à preservação e divulgação da cultura indígena da região.
A proposta foi apresentada pelos professores Elder Lanes, do curso de Letras e doutor em Linguística, e Francisco França, mestre em Letras e professor aposentado do Colégio de Aplicação (CAp). À Folha, Lanes explicou que o prédio, que o prédio foi doado à UFRR em 2010 com a condição de que sua memória fosse preservada. Por isso, o projeto prioriza criar um ambiente de aprendizado prático para alunos da educação básica da capital.
“O objetivo é criar um museu indígena que não apenas expanda o conhecimento sobre as culturas locais, mas também ofereça um espaço para a conservação de materiais e pesquisa científica. O museu terá um papel importante na educação, especialmente no ensino fundamental e médio, e ajudará a preservar e informar sobre a diversidade linguística e cultural dos povos indígenas”, explicou o doutor em Linguística.
Conforme os professores, o museu deve ser dividido em três partes principais: uma área para exposição, visitação e oficinas, outra para reserva técnica e conservação de acervos, além do espaço na internet com uma exposição virtual.
França destacou a importância de um museu que vá além da simples exibição de artefatos. “Estamos planejando um espaço que não só mostre os objetos, mas também o processo de construção e a importância cultural desses itens. Queremos que os visitantes compreendam o conhecimento e a tradição que estão por trás de cada peça”, afirmou.
Conscientização e ponto de referência
O projeto do museu indígena está prevista para ser aprovado em novembro de 2024 no Conselho Universitário (Cuni). A criação do museu é vista pelos professores como um passo fundamental para aumentar a conscientização sobre a diversidade cultural e linguística dos povos indígenas.
“Roraima tem uma das maiores proporções de população indígena no Brasil, e é crucial que tenhamos um espaço que reflita e valorize essa riqueza cultural”, afirmou Elder Lanes. “Estamos empenhados em fazer deste museu um modelo de preservação e educação”, completou Francisco França.
Para mais informações sobre o projeto, os interessados podem entrar em contato pelo e-mail [email protected].