EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO

Sonho realizado: tratamento odontológico muda vida de criança

Vinicius Rodrigues, de 12 anos, escreveu uma carta ao Papai Noel, que foi adotada por um projeto de extensão e teve o sonho realizado há dois meses

(Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
(Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

A palavra sonho no sentido figurado, segundo dicionários da Língua Portuguesa, quer dizer ‘fantasia’, ‘felicidade’ ou até ‘aquilo que dura pouco’. Mas para quem acredita e tem esperanças nos seus sonhos, sempre os realiza em algum momento da vida.

Esse é o caso do pequeno Vinicius Rodrigues, de 12 anos, que sonhava em usar aparelho ortodôntico e ter os dentes alinhados. Sem muita expectativa e com incentivo da mãe, o menino escreveu uma carta para o Papai Noel em dezembro de 2023. A cartinha foi adotada pela Clínica-Escola de Odontologia da Faculdade Cathedral.

“Ele viu que o amigo bem próximo dele colocou e explicou para ele como funcionava. Depois começou a observar a boca dele e falou para mim que queria colocar aparelho porque achava os dentes estranhos, mas eu nunca tinha me atentado para isso. Só que na época, eu falei que não ia dar, a gente ia se organizar e que ia demorar um pouqinho mas que ele ia colocar. Quando chegou dezembro, a escola pediu uma cartinha e eu falei para o Vinicius colocar essa questão”, disse a mãe, Jéssica Rodrigues.

Vinicius, então, escreveu a carta, que foi sorteada e adotada pela Clínica, que é um projeto de extensão da faculdade privada. “Eu fiquei muito feliz por Deus ter ouvido as minhas orações. No início foi bem preocupante, eu fiquei nervoso”, relatou .

O menino iniciou o tratamento ortodôntico em maio deste ano. Segundo o professor e coordenador da clínica, Marcos Botelho, o caso de Vinicius é específico e não depende apenas do uso do aparelho.

“O tratamento dele não é simples. Ele está usando esse aparelho nesse momento, mas com o passar do tempo vai mudar, porque ele tinha mordida cruzada. Na carta [ele escreveu que] o sonho dele era colocar o aparelho para fazer esse alinhamento e é o que nós vamos conseguir”,

explicou o professor.

Ensino além da sala de aula

Marcos Botelho, professor e coordenador da Clínica-Escola, e Leonardo Carvalho, estudante do 8º semestre, acompanharam Vinicius no início do tratamento. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

A Clínica-Escola oferece atendimento gratuito há 10 anos, com tratamentos realizados por estudantes do Curso de Odontologia e de especializações. Entre os procedimentos realizados à população de forma gratuita estão as restaurações, limpeza, extração, endodontia (canal), próteses, além serviços de implante, endodontia e ortodontia.

Para os envolvidos no tratamento de Vinicius, o caso dele é um exemplo do que a atividade de extensão proporciona à população, principalmente porque o menino foi acompanhado pelo alunos da graduação e será acompanhado por alunos da especialização. O tratamento dele deve durar até um ano e meio.

“Nós atendemos aqui todas as classes e é bom porque os acadêmicos têm desenvolvimento. Eles mesmos fazem os atendimento e são supervisionados pelos professores. […] No início, Ele [Vinicius] teve que fazer tratamento de canal e provavelmente vai ter que fazer uma cirurgia também. A faculdade vai acompanhar até o final”, disse o professor Marcos Botelho.

“Eu auxiliei ele no tratamento de canal e foi muito gratificante poder ajudar. É muito gratificante poder ajudar toda a população e é muito importante [para mim] pelo ganho de experiência na minha vida profissional”, completou Leonardo Carvalho, acadêmico do 8º período de Odontologia.

Atendimento comunitário como extensão da aprendizagem

O Ministério de Educação (MEC) defende que a aprendizagem de competências implica, principalmente, na relação das atividades vivenciais. Em 2018, com a Resolução nº 7/2018, o Ministério obrigou que todos os cursos de graduação ofertem 10% da carga horária total para atividades de extensão. Para o diretor acadêmico da Faculdade Cathedral, Jaques Sonntag, reforçou a importância da prática desde a formação.

“Essa é a parte mais essencial da formação. Os alunos desenvolvem o projeto que sejam abertos a comunidade em geral seja eventos, palestras ou atendimentos ou serviço comunitário, para que ele já tenha responsabilidade sensorial, como também a prática daquilo que eles têm dentro da sala de aula”, disse Sonntag.

Diretor acadêmico da Faculdade Cathedral, Jaques Sonntag. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV/0

O diretor ainda informou que a obrigatoriedade apenas reascendeu algo já praticado pela instituição que oferta ainda, atendimento jurídico, psicológico e fisioterápico.

Todas as programações são feitas em conjunto [com outras instituições ou entidades] e conseguem atender a parcela da população que é um pouco mais carente, que não tem acesso à rede privada e que, na rede pública, às vezes demora ou tem uma fila de espera. Mas a saúde não espera e nós não temos essa condição de esperar. Então toda essa parte de atendimento […] não é um atendimento pontual, é um atendimento que vê as necessidades do paciente, vê o que vai evoluindo dentro do perfil e do prontuário.

concluiu o Jaques Sonntag.