Território Yanomami terá R$ 32 mi para construção de escolas e formação de professores

A Universidade Federal de Minas Gerais ficará responsável por executar as obras, enquanto a formação de professores será conduzida pelo Instituto Federal de Roraima

As ações para a educação dos Yanomami e Ye’kwana foram discutidas com lideranças indígenas em encontro, com o ministro da Educação, Camilo Santana, em Brasília. (Foto: Angelo Miguel/ MEC)
As ações para a educação dos Yanomami e Ye’kwana foram discutidas com lideranças indígenas em encontro, com o ministro da Educação, Camilo Santana, em Brasília. (Foto: Angelo Miguel/ MEC)

O território etnoeducacional Yanomami Ye’kwana receberá construção de escolas e formação de professores de forma emergencial. O território será o primeiro a receber, neste ano, apoio do Ministério da Educação (MEC) de R$ 32 milhões por meio das universidades e institutos federais.

As ações para a educação dos Yanomami e Ye’kwana foram discutidas com lideranças indígenas em encontro, na terça-feira (21), com o ministro da Educação, Camilo Santana, em Brasília.

“O Estado brasileiro tem uma dívida histórica com os povos originários e sabemos das dificuldades que as secretarias estaduais e municipais têm de realizar ações nessas regiões”, disse Santana. “Pensando nisso, o MEC adotou uma nova estratégia e vai repassar diretamente os recursos para instituições federais de ensino, com a finalidade de agilizar a execução das obras e das iniciativas nos territórios, sempre prezando pelo diálogo e acompanhamento dos povos indígenas”, afirmou.

Do total de recursos, R$ 18 milhões serão destinados à formação dos docentes conduzida pelo Instituto Federal de Roraima (IFRR). Já a construção de escolas será realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O investimento será destinado para a construção de quatro casas-escola Yanomami e Ye’kwana; dez espaços de saberes de autogestão; e um centro de formação. Também será criado um curso técnico em magistério indígena pelo IFRR, além de outras atividades de formação de professores e da compra de material didático. 

De acordo com o MEC, os Yanomami são a etnia brasileira com o menor número de profissionais formados pela educação superior com menos de 1% com formação neste nível. A ideia é fortalecer o Programa Saberes Indígenas no Território, responsável pela formação continuada e pela produção de material didático voltado a esse público.

Política Educacional Indígena

Como parte da Política Educacional Indígena, o MEC pretende retomar a construção de 74 escolas indígenas em vários territórios do país, com investimento de R$ 195 milhões. Também estão previstas a criação de 113 novas escolas indígenas, pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Pelo Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica, na modalidade Equidade, o ministério aprovou a criação de 39 cursos de licenciatura intercultural indígena, com 2.412 vagas.


Leia a Folha Impressa de hoje