Ainda antes do final da apuração das Eleições 2018, o candidato do PSDB ao Governo de Roraima, José de Anchieta, reconheceu a derrota e parabenizou o adversário Antonio Denarium (PSL). Agradecendo aos 119.489 votos que obteve no segundo turno, Anchieta disse respeitar o resultado das urnas.
“Agradeço pelos votos e pelo carinho que recebemos durante a campanha. Agradeço a todos que entenderam a nossa campanha, com propostas sérias e viáveis. Respeito o resultado das urnas. Essa é a democracia. A maioria quis de forma diferente e a gente tem que respeitar e torcer para que dê certo”, disse reforçando querer o melhor para o Estado.
Anchieta atribuiu à derrota ao que chamou de ‘efeito Bolsonaro’, se referindo ao presidente eleito Jair Bolsonaro, do PSL, mesmo partido de Denarium. “Eu acho que a questão presidencial pesou muito aqui. Não tenho dúvida que foi uma onda no Brasil todo e, de certa forma, influenciou. Qualquer pessoa medianamente inteligente, qualquer analista político vai entender que a eleição presidencial influenciou e muito aqui no Estado”, analisou.
Outro motivo, segundo o candidato do PSDB, que o levou à derrota foi o desejo do povo de testar um político novo. “Com relação à decisão do povo, a gente respeita. Tinha uma parte da população descrente na política, que sonhou em ver um candidato novo, testar um candidato novo. E temos que respeitar tanto uma coisa como outra. Para mim, essas duas grandes vertentes que influenciaram na campanha”, considerou.
Questionado se será oposição a Denarium, Anchieta disse que é um político que defende os interesses de Roraima. “Tudo o que ele fizer da maneira correta, atendendo às demandas do povo do estado, eu vou parabenizar. Tudo o que ele fizer, que eu julgue que está errado, eu estarei contra ele. Eu não serei nem oposição, nem situação. Serei um político defendendo os interesses do povo do Estado. Onde ele acertar terei humildade para parabenizá-lo, onde ele errar terei a convicção de criticá-lo”, garantiu.
Anchieta afirmou que ainda não pensou no futuro político e que não tem nenhum projeto em andamento. “A vida continua. Nós temos eleição daqui a dois anos, daqui a quatro anos. Somos novos e temos uma vida inteira pela frente para pensar e repensar”, finalizou.
Anchieta criticou ausência de adversário em debates
Durante o dia de votação, José de Anchieta aproveitou para criticar o candidato adversário pela ausência em debates e sabatinas. “Acho que foi de fundamental importância todos os convites que recebi e aceitei. Era uma oportunidade que o povo precisava para ouvir os candidatos e ele infelizmente desapareceu, se escondeu do debate e eu acho que isso é negativo”, repreendeu.
Para o ex-governador, o povo merecia respeito enquanto eleitor, de ouvir, conhecer os dois candidatos, suas ideias e maneira de pensar. “Essa ausência deixa no imaginário das pessoas uma interrogação muito grande, ninguém sabe o que ele pensa, o que ele vai fazer, ninguém saberia dizer qual o sentimento dele”, disse. “Acho que, por questão de respeito, ele deveria ter participado mais. Ter respeito com o eleitor. Fica a avaliação pra cada um”, acrescentou. (V.V)
PSDB perdeu segundo turno em três estados
Dos seis candidatos tucanos que foram ao segundo turno nos estados, três venceram as eleições para governador neste domingo, 28: João Doria, em São Paulo; Eduardo Leite, no Rio Grande do Sul; e Reinaldo Azambuja, em Mato Grosso do Sul. Além de José de Anchieta em Roraima, o PSDB perdeu em Minas Gerais, com o senador Antônio Anastasia, que chegou a liderar as pesquisas, mas teve menos da metade dos votos de seu opositor, Romeu Zema; e em Rondônia, com Expedito Júnior.
O resultado no segundo turno ameniza o mau resultado da sigla nas eleições de 2018, a começar pela candidatura à Presidência da República, em que obteve menos de 5% dos votos – a menor votação do PSDB à Presidência desde 1994 –, e pela diminuição das bancadas na Câmara e Senado.
Na Câmara, o PSDB elegeu 29 deputados, incluindo a reeleição de Shéridan. Há quatro anos a bancada era de 54 parlamentares eleitos. O número elevado, em 2014, fez com que a legenda ocupasse a confortável terceira posição na Câmara dos Deputados, atrás apenas do MDB e do PT, se favorecendo na escolha de comissões permanentes e demais cargos na Casa.
A situação do PSDB no Senado não é diferente. Elegeu apenas oito senadores. É o menor número desde 2010. Há oito anos, foram 11 senadores eleitos pela legenda, número que em 2014 caiu para dez.