LEO DAUBEMANN
Editoria de Política
A classe trabalhadora e as mulheres continuarão tendo seus direitos defendidos no Senado Federal. A afirmação foi da senadora Ângela Portela (PDT), candidata à reeleição, em entrevista ao programa Agenda da Semana desse domingo, 30, na Rádio Folha AM 1020.
Ela disse ainda que é importante saber quem vota contra e quem vota a favor dos direitos dos trabalhadores, da mãe de família, do direito da mulher.
“Em nenhum momento da minha vida pública participei de qualquer negociação, nunca troquei meu voto por poder. Se a proposta do Poder Executivo para o Congresso retira direitos do trabalhador, jamais vou votar favorável”, ressaltou a candidata.
A senadora afirma ser contrária à Reforma da Previdência da forma como foi apresentada pelo atual governo ao Congresso Nacional.
“É uma reforma muito dura, restritiva de direitos, que eu não consigo aceitar. O trabalhador e a trabalhadora brasileira não podem pagar, sozinhos, esse preço do dito ‘ajuste fiscal’ e equilíbrio das contas públicas e previdenciária, já me manifestei inúmeras vezes, não concordo”, disse.
“Uma reforma que quer acabar com a aposentadoria especial dos professores, dos trabalhadores rurais, que quer fazer com que a servidora pública trabalhe sete anos a mais e só receba a aposentadoria integral se contribuir por 40 anos, isso é duro, é injusto. Sei que o Brasil tem que pensar nas questões sociais e econômicas, mas o trabalhador brasileiro não pode ser penalizado por isso, não pode ser responsabilizado pelos problemas de gestão do orçamento público”, ressaltou Ângela.
Ângela disse ser contrária à política do “teto dos gastos” e que votou contra a Emenda Constitucional (EC) nº 95, adotada em dezembro de 2016, que congela, por 20 anos, as despesas primárias do orçamento público, ficando limitadas à variação inflacionária.
“Minha posição é clara, essa emenda tem que ser revogada, ela congelou investimentos em setores essenciais, como a saúde pública, por exemplo, isso é inadmissível. A Emenda reduz os gastos sociais em porcentagem per capita (por pessoa) e em relação ao PIB, e pra Roraima é um absurdo, porque nós tivemos em 10% a nossa população aumentada em função do fluxo migratório, como o governo de Roraima, como as prefeituras vão trabalhar com a redução de recursos na saúde?”, questiona.
Ângela disse também ter votado contra a Reforma Trabalhista.
“A promessa era que após a reforma seriam gerados empregos, já faz quase um ano que a Reforma Trabalhista foi aprovada e não gerou empregos, nós continuamos com quase 13 milhões de desempregados no nosso país, o que aumentou foi aquele emprego precário, que não dá dignidade ao trabalhador”, destacou.
A candidata à reeleição destacou ainda que a bancada federal deve unir forças em prol da população roraimense.
“Todos os parlamentares roraimenses têm seu trabalho, ninguém faz nada sozinho, e isso é bom para Roraima, políticos atuantes, unidos, perfil desagregador não combina com o crescimento do Estado. Nós precisamos de uma bancada unida, que dialogue, de senadores que conversem entre si, e que deem satisfação e trabalhem pela sociedade de Roraima e não fiquem com disputas pessoais de quem faz mais, de quem faz menos, isso não é bom para o nosso estado, para a nossa gente”, enfatizou Ângela.
LINHÃO DE TUCURUÍ – Ângela disse ter trabalhado muito para tentar resolver a questão energética de Roraima, e que vai continuar trabalhando.
“A construção do Linhão de Tucuruí sempre foi para mim a medida correta para resolver a nossa segurança energética, para sairmos dessa dependência da energia de Guri, na Venezuela”, falou.
Em 2015, de acordo com Ângela, num trabalho conjunto com a governadora Suely Campos (PP), em audiência em Brasília, com a presidente Dilma Rousseff (PT) foi colocada a necessidade da construção do Linhão de Tucuruí.
“A presidente fez uma pressão junto ao Ibama e foi dada, em dezembro de 2015, a autorização ambiental prévia para a construção do Linhão e também a carta de anuência da Funai. Dilma veio a Roraima para a inauguração do Minha Casa Minha Vida no residencial Vila Jardim, e trouxe esses dois documentos importantes para dar continuidade às obras do Linhão e apresentou para a população”, disse.
“Esses documentos facilitam as discussões com os índios Waimiri-Atroari, onde deve passar o Linhão, mas, lamentavelmente, veio o impeachment, e de lá para cá nenhum passo foi dado para a construção do Linhão de Tucuruí, são dois anos e meio deste governo, que nada fez para assegurar que o Linhão fosse construído e nós tivéssemos a nossa independência energética”, falou.
“Roraima não pode ficar dependente de termoelétrica, energia cara, poluente, instável, é inadmissível”, completou.