FABRÍCIO ARAÚJO
Colaborador da Folha
Seja nos blocos do horário eleitoral, veiculados de manhã e à tarde, ou nos comerciais que entram na programação, as campanhas aumentam o tom dos ataques em propagandas eleitorais na última semana de campanha. Nesta reta final, os ataques têm se intensificado, principalmente, por meio de vídeos para as redes sociais e os programas eleitorais gratuitos.
Até essa última semana de campanha, o Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) recebeu 203 representações por propaganda eleitoral gratuita, sendo 30 pedidos de direito de resposta. Vinte e quatro desses casos já foram julgados, mas apenas em quatro casos o direito foi concedido ao candidato supostamente ofendido.
Segundo o secretário judiciário do TRE-RR, Jadilson Castro, “o exercício do direito de resposta é viável apenas quando for possível extrair, das afirmações apontadas, fato sabidamente inverídico apto a ofender, em caráter pessoal, o candidato, partido ou coligação”.
CASOS – A reportagem da Folha procurou alguns casos para exemplificar os ataques eleitorais nessa reta final. Anchieta (PSDB) e Denarium (PSL), que ocupam a primeira e segunda posição nas intenções de votos respectivamente, segundo as últimas pesquisas eleitorais, protagonizaram troca de acusações.
Em um vídeo curto de campanha, publicado no horário eleitoral gratuito na televisão, é relatada a vinculação de uma propaganda com conteúdo falso e ofensiva a um dos candidatos a governo, que foi removida pela justiça em menos de 24 horas. Na acusação, o vídeo afirma que “Roraima não precisa de indiciados por desvio de dinheiro comandando o Estado novamente”.
Outro vídeo mostra o Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima) e afirma que ele era conhecido como “imobiliária do crime”, e que o estado ficou abandonado por vários anos, com rebanhos de gados doentes e as frutas com pragas e que agora essa situação modificou. Outro vídeo fala em dívida pública afirmando que Roraima estava endividado e que agora o Estado está entre os três do país que diminuíram a dívida pública.
Um terceiro vídeo analisado pela reportagem fala que “os adversários priorizam plantar florezinhas no centro da cidade, em lugar de dar prioridade ao setor produtivo”.
Em conteúdo exclusivo para as redes sociais, outro candidato usou o Museu Integrado de Roraima para iniciar um discurso em que critica o abandono da cultura no Estado, que segundo ele, ocorreu nas gestões de governos anteriores e no atual, e aproveitou para afirmar compromissos com a cultura e educação de Roraima.