Clima de confronto marca debate de candidatos ao Governo de RR

As maiores críticas foram dirigidas ao candidato Antonio Denarium. O ex-governador José de Anchieta, que está em primeiro nas pesquisas, pouco foi questionado pelos opositores

O debate entre os candidatos ao governo de Roraima, realizado pela Rede Amazônica e mediado pelo jornalista André Luiz Azevedo, foi marcado pelo clima de confronto entre os cinco postulantes ao cargo. O tom subiu mais com perguntas e respostas entre Antonio Denarium (PSL), Fábio Almeida (PSOL) e Suely Campos (PP). Também participaram José de Anchieta (PSDB) e Telmário Mota (PTB), que aumentaram o tom das críticas aos outros candidatos, principalmente ao candidato do PSL.

Foram quatro blocos em que os candidatos alternaram as ofensas pessoais com as denúncias de desvio de dinheiro público e incompetência administrativa. O tema combate à corrupção esquentou o clima entre os candidatos, com troca de acusações entre os cinco postulantes. O momento mais quente do debate foi a troca de acusações entre Suely Campos e Antonio Denarium, que foi acusado de ter um ‘passado sujo’ e de ‘praticar agiotagem’.

Em relação às propostas, os candidatos citaram geração de emprego, segurança pública, saúde, habitação, migração e proteção ao meio ambiente além de obras públicas. O debate começou com apresentação dos candidatos, que cumprimentaram os espectadores do evento, falaram das suas trajetórias políticas.

Telmário jogou a primeira farpa do debate contra o candidato Denarium afirmando que suas propostas eram superficiais e que as ações do opositor não correspondiam às promessas, o que denominou como “calote eleitoral”. Também criticou candidatos que emprestam dinheiro a juros. As críticas também foram voltadas ao governo Anchieta afirmando que ele fez uma gestão ruim e afirmou que está mais preparado para assumir o governo, pois tem um passado limpo.

Sendo o único a manter o tom ameno, Antonio Denarium afirmou que não teria propina no seu governo e prometeu ampliar o Crédito Social para R$ 180 e elevar o número de famílias beneficiadas. Disse que o governo é ruim por faltar gestão. Também garantiu que vai reduzir ICMS e aumentar produção. “Vamos arrecadar, acabar com excesso e benefícios e o dinheiro vai aparecer”, garantiu. O candidato também afirmou que uma boa gestão será suficiente para tirar o estado da crise e garantiu que fará auditoria nas contas governamentais.

O destaque no debate foi o candidato da Frente de Esquerda, Fábio Almeida, que falou sobre corrupção dos governos estaduais, apresentou propostas e criticou o apoio do senador Romero Jucá (PMDB) ao candidato Anchieta além de citar que os partidos dos opositores ajudaram a aprovar a PEC dos Tetos dos Gastos. Almeida também citou contratos de merenda e transporte escolar, estradas e afirmou que o atual governo é um repeteco do anterior. O candidato criticou ainda a militarização das escolas e disse que Anchieta e Suely faliram a educação. “Somos a única mudança efetiva”, frisou.

Suely Campos também elevou o tom de críticas aos adversários, principalmente a Antonio Denarium e chegou a afirmar que ele “sangra as pessoas”. Em certo ponto do debate, quando questionada sobre corrupção, afirmou que Denarium não era a pessoa mais indicada para falar do assunto visto que ele seria um “agiota”. Também declarou que ela era uma pessoa muito honesta e austera que cuidava das finanças do governo. Por fim, respondeu ao candidato a respeito da auditoria dizendo que ele não poderia fazer nada, pois “não seria eleito”. Suely também declarou que foi a governadora mais desafiada de Roraima e disse que fez mais com menos recursos em menos tempo. 

O candidato José de Anchieta declarou ter sido o governador que mais fez obra de infraestrutura em Roraima e prometeu ampliar os benefícios sociais aos moradores de Roraima citando projetos como Viva Comunidade. O ex-governador também disse que vai aparelhar a segurança e valorizar o servidor. No final do debate, Anchieta reclamou do fato de não ter sido questionado no debate pelos outros candidatos e disse que tinha sido ‘boicotado’ pelos opositores. “Esperava mais desse debate”, concluiu.