LEO DAUBERMANN
Editoria de Política
Organizar o processo de gestão pública do estado de Roraima, mantendo o percentual de gasto público com pessoal, no máximo em 44%, cortando cargos comissionados, garantindo concursos públicos e extinguindo as empresas terceirizadas é a proposta do candidato ao Governo do Estado, Fábio Almeida (PSOL).
“Não podemos admitir que uma administração pública seja baseada em cargos comissionados, que não possuem vínculo efetivo com o processo de trabalho à população. Nós vamos garantir esse concurso público já em 2019. Iremos, a partir de janeiro, efetivar contratação direta pelo período de um ano, até que possamos resolver os problemas desses cargos que estão em extinção. Se a Assembleia não quiser reverter o quadro de cargos em extinção nós iremos trabalhar com cooperativas de trabalhadores, mas não vamos manter essa política”, ressaltou Almeida em entrevista ao programa Agenda da Semana de ontem, 23, na Rádio Folha AM 1020.
O candidato do PSOL ressaltou que a Frente de Esquerda propõe um governo diferente.
“Vamos combater os privilégios que existem dentro do estado, ter uma política dura contra o desvio de dinheiro público, mas garantir a geração de emprego e a distribuição de renda. Se nós combatermos o ralo da corrupção no estado de Roraima, nós vamos encontrar muito recurso para investimento”, destacou.
Almeida afirmou também que o interesse da execução da política pública em Roraima está voltado somente para alguns segmentos.
“Nós vamos romper esse privilégio, vamos garantir a inserção de todo o setor produtivo, priorizando a agricultura familiar, o pescador artesanal, vamos recuperar os centros de produção comunitária, fardamento de escola não vai ser comprado de empresa do Centro-Sul desse país, vai ser feito pelos costureiros e costureiras roraimenses, dentro dos centros de produção, porque temos que deixar nosso dinheiro dentro do estado”, frisou.
O candidato disse que é preciso repactuar o orçamento do Estado de Roraima.
“Nós temos hoje alguns órgãos que possuem uma importância significativa no orçamento. É inadmissível manter privilégios de algumas estruturas dos Poderes como Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público de Contas, Assembleia Legislativa”, enfatizou Almeida.
SEGURANÇA PÚBLICA – O candidato da Frente de Esquerda anunciou também a unificação do comando da Segurança Pública do Estado.
“Nós vamos colocar toda a estrutura de segurança sob gestão da Secretaria de Segurança (Sesp), de forma colegiada, com participação de representantes da sociedade, porque a sociedade necessita participar desse debate”, anunciou.
A ideia é criar o Conselho Estadual de Segurança Pública, com participação de representantes das Secretarias de Justiça e Cidadania (Sejuc), e Segurança Pública (Sesp), das Polícias Militar e Civil, participando das discussões, de forma integrada e unificada.
EDUCAÇÃO – Fábio Almeida destacou que em seu governo os colégios militarizados serão extintos e as famílias que adquiriram fardamento escolar serão ressarcidas.
“O nosso posicionamento é contra a militarização das nossas escolas. Nós não acreditamos que esse é um processo de ensino que nossas crianças precisam. Nossas crianças precisam de bibliotecas, de livros, de ensino de qualidade, precisamos formar questionadores, e nas escolas militares as crianças estão sendo impedidas de se posicionar e, quando questionam qualquer ato dentro da escola, os pais são chamados e informados que o aluno não tem perfil para estudar naquela escola”, revelou.
O candidato ressaltou que não é contra as instituições de ensino militares e pode até estudar a ampliação do segmento no estado.
“Acredito que colégio militar é importante, porque tem crianças que querem seguir uma carreira militar e de devemos ter sim colégios militares, como temos a Academia de Polícia, pode ser até de se discutir a ampliação de colégios militares dentro de Roraima, mas o nosso ensino formal tem que garantir um processo de aprendizagem ao cidadão”, frisou.
SAÚDE – O candidato do PSOL pretende regionalizar o sistema de saúde. Os hospitais do interior, com exceção de Rorainópolis, serão todos repassados para as gestões municipais. Serão construídas mais estruturas que comportem a demanda, serão construídas uma maternidade no sul do estado e outra na capital. Será implantado novo centro de especialidades, para aliviar a demanda do Hospital Coronel Mota, além de investimento na saúde da família.